Na ONU, Silvio Almeida diz que ação de Israel em Gaza é "punição coletiva" a palestinos
Ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania também afirmou que ocupação israelense é "ilegal e viola normas internacionais"
O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, classificou a ação de Israel na Faixa de Gaza como "punição coletiva" a palestinos e também pediu libertação "imediata e incondicional de todos os reféns" em posse do grupo extremista Hamas. O discurso ocorreu nesta segunda (26), na abertura da 55ª sessão do Conselho de Direitos Humanos, da Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra (Suíça).
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"Não posso deixar de registrar nossa profunda indignação com o que acontece, neste momento, em Gaza. Já, em mais de uma oportunidade, condenamos os ataques perpetrados pelo Hamas e demandamos a libertação imediata e incondicional de todos os reféns. Mas também reitero nosso repúdio à flagrante desproporcionalidade do uso da força por parte do governo de Israel, uma espécie de 'punição coletiva'", disse o ministro.
Assista ao discurso:
Almeida também citou o número de mortes em Gaza — "quase 30 mil palestinos, a maioria deles, mulheres e crianças" — e lamentou o deslocamento forçado de "mais de 80% da população" e o acesso precário a recursos como "energia elétrica, água potável, alimentos e assistência humanitária básica".
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O ministro ainda reiterou a posição do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em prol da criação de um Estado Palestino, "condição imprescindível para a paz".
"Consideramos ser dever deste Conselho prestigiar a autodeterminação dos povos, a busca da solução pacífica dos conflitos e se opor de forma veemente a toda forma de neocolonialismo e de Apartheid", falou.
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Almeida também demonstrou apoio brasileiro à iniciativa da África do Sul na Corte Internacional de Justiça (CIJ), em que o país acusa Israel formalmente de genocídio contra palestinos.
"Instamos o Estado de Israel a cumprir integralmente as medidas emergenciais determinadas pelo tribunal no sentido de que cessem as graves violações ao direito humanitário", explicou.
No fim do discurso, o ministro disse esperar "que o tribunal reafirme que a ocupação israelense dos territórios palestinos é ilegal e viola normas internacionais".
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As falas do ministro vêm pouco mais de uma semana após Lula comparar o que chamou de "genocídio" de Israel em Gaza ao Holocausto nazista contra judeus comandado por Adolf Hitler na Segunda Guerra Mundial.
A manifestação de Lula provocou reação de Israel, que declarou o presidente brasileiro "persona non grata" no país. Dias depois, voltou a classificar a ação de Israel no território de palestino de genocídio, mas sem citar o Holocausto.