Moraes mantém prisões de Braga Netto e general Mário Fernandes
Ex-ministro da Defesa e general Fernandes foram presos durante investigações sobre tentativa de golpe de Estado no Brasil

Paola Cuenca
Guilherme Resck
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve as prisões do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa, e do general Mário Fernandes, ex-secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo Bolsonaro. Eles foram presos em meio às investigações sobre tentativa de golpe de Estado no Brasil após as eleições de 2022.
Moraes negou pedidos das defesas para que fossem liberados. A decisão em relação a Braga Netto está sob sigilo. O ex-ministro encontra-se preso desde 14 de dezembro.
O mandado de prisão preventiva foi expedido por Moraes, a pedido da Polícia Federal (PF). Braga Netto tentou obter informações sobre a delação premiada do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) Mauro Cid, por meio do pai do delator, Mauro César Lorena Cid.
O ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro falou com o pai de Mauro Cid com o objetivo de alinhar as versões entre os investigados e controlar as informações que eram fornecidas. Essas trocas de mensagens começaram em meados de 2023.
Na decisão que autorizou a prisão, Moraes transcreveu trechos da delação de Mauro Cid, no dia 21 de novembro, que ainda não haviam sido divulgados, que confirmam a tentativa de Braga Netto de obstruir as investigações e coletar informações sobre sua colaboração com a polícia.
Em relação a Mário Fernandes, a decisão mantendo a prisão foi divulgada pelo STF. A Procuradoria-Geral da República (PGR) já havia se manifestado contra o pedido da defesa para que ele fosse solto.
Moraes cita o parecer da PGR e diz que, conforme destacado na decisão de decretação da prisão, de 17 de novembro, a investigação apontou a participação de Mário Fernandes no planejamento de um golpe de Estado.
O ministro reforça que ele está inserido no contexto criminoso como membro do Núcleo de Oficiais de Alta Patente com Influência e Apoio de Outros Núcleos, cujos integrantes "agiram para influenciar e incitar apoio aos demais núcleos de atuação por meio do endosso de ações e medidas a serem adotadas para a consumação do golpe".









