Lula assina programa para combater ao crime na Amazônia, cobra agilidade e "menos burocracia"
Governo prevê pôr em prática uma iniciativa da PF para aumentar a capacidade de rastreamento da origem de minérios extraídos na região amazônica
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou agilidade ao governo para colocar em prática o “Plano Amazônia: Segurança e Soberania”, assinado na tarde desta segunda-feira (17) no Palácio do Planalto.
O contrato foi assinado também pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O plano tem como objetivo implementar ações para fortalecer a segurança no território da Amazônia Legal.
“É importante que a gente tenha muita habilidade para fazer isso acontecer rápido. A gente está aprendendo que tudo que é para construir demora muito, mas para destruir acontece rapidamente. É importante que a gente apresse um pouco o processo de construção, disse Lula.
“Menos burocracia, menos papel para a gente fazer as coisas acontecerem. Um mandato tem apenas quatro anos. Daqui a pouco vem outro presidente, o dinheiro vai embora e acabou. Aí a gente pode ter que esperar 50 anos para ter outro presidente que queira cuidar da Amazônia”, acrescentou o presidente da República.
O plano
O projeto foi criado com objetivo de combater organizações criminosas que atuam no desmatamento na Floresta Amazônica, com ações de inteligência para identificar toda a cadeia do crime relacionada a essas atividades ilegais na Amazônia e visa maior e melhor a integração entre os diversos órgãos que compõem o Sistema Único de Segurança Pública (Susp), além do fortalecimento das forças de segurança federais e estaduais.
Além de investimento nos profissionais de segurança federais e locais, as ações de inteligência e fiscalização serão reforçadas a partir da aquisição e do aluguel de equipamentos para enfrentar o crime organizado, como helicópteros de médio porte, lanchas blindadas e viaturas.
O programa também tem o objetivo de facilitar a troca de informações de segurança entre as forças de segurança federais, estaduais e representantes dos demais países que compõem o bioma (a chamada Pan-Amazônia).
Com o plano, o governo também prevê pôr em prática o projeto Ouro Alvo, uma iniciativa da Polícia Federal para aumentar a capacidade de rastreamento da origem de minérios extraídos ilegalmente na região amazônica. Segundo o governo federal a identificação do chamado "DNA do ouro" será fundamental para desmantelar organizações criminosas que atuam no comércio ilegal desses minérios. O plano terá custo total de R$ 1,2 bilhão.
É o primeiro projeto custeado pelo Fundo Amazônia cujo principal objetivo é desmantelar a nova dinâmica dos crimes ambientais na região.
Fundo Amazônia
O Fundo Amazônia tem como objetivo captar doações para investimentos não reembolsáveis em ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento, e de promoção da conservação e do uso sustentável da Amazônia Legal.