Imprensa internacional repercute prisão preventiva de Bolsonaro
Nos EUA, o presidente Donald Trump disse que a medida "é uma pena"; já o filho Eduardo afirmou estar preocupado com a saúde do pai
SBT Brasil
A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), neste sábado (22), foi destaque em alguns dos principais jornais do mundo.
O norte-americano Washington Post destacou que Bolsonaro foi preso dias antes de começar a cumprir a sentença de 27 anos por planejar um golpe de Estado que não deu certo.
O britânico The Independent lembrou que o ex-presidente é um aliado político do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que, há alguns meses, chamou o julgamento de uma "caça às bruxas".
O francês Le Monde deu ênfase ao argumento da defesa de Bolsonaro de que a prisão irá trazer consequências sérias e será um risco para a saúde do ex-presidente.
Trump diz que prisão de Bolsonaro "é uma pena"
Em Washington (EUA), o presidente Donald Trump comentou brevemente sobre a prisão de Jair Bolsonaro. Questionado por jornalistas, na saída da Casa Branca, o líder norte-americano demonstrou ainda não ter conhecimento sobre o assunto, mas demonstrou chateação com a notícia. "É uma pena", pontuou Trump.
Mais tarde, em nota publicada nas redes sociais, o número dois da diplomacia norte-americana, o vice-secretário de Estado Christopher Landau, acusou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, de politizar o processo judicial e afirmou que "não há nada mais perigoso para a democracia que um juiz que não conhece limites".
Na avaliação do doutor em Ciências Políticas e professor de Relações Internacionais, Leonardo Trevisan, a prisão preventiva de Jair Bolsonaro não deve afetar a negociação econômica entre Brasil e EUA em torno do tarifaço.
"Me parece que o governo americano não só estava preparado, como ele percebeu a mudança da realidade tanto comercial quanto política no Brasil. Portanto, é bastante provável que o presidente Trump não altere a rota de bom entendimento com o Brasil por causa dessa prisão", explicou o especialista.
Eduardo diz estar preocupado com saúde do pai
Em entrevista ao SBT, o deputado Eduardo Bolsonaro, que mora nos EUA, defendeu que prisão pode piorar ou até "acabar com a saúde e a vida" do pai.
"Essa prisão preventiva, ela já estava assinada pelo Alexandre de Moraes, ela não é datada de hoje. Ele embasou isso numa vigília que foi convocada por Flávio Bolsonaro e, como Moraes trata a nós como uma organização criminosa, vale pensar: o Moraes olha para o Carlos, o Eduardo, o Flávio, todo mundo como os filhos do chefe da organização criminosa. Ele viu o Flávio organizando uma vigília, equiparou uma noite de orações a uma atividade ilícita, e colocou como equivalentes atos anteriores, diz ele, por milícias digitais, provavelmente, insinuando, ou citando, a questão dos acampamentos em quartéis, como uma tática, um método golpista. E assim, dentro do seu devaneio, justificar a prisão do Jair Bolsonaro", argumentou o parlamentar.









