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Política

Brasil expressa "profunda consternação" com ataque israelense que matou funcionários de ONG em Gaza

Segundo o Itamaraty, o governo brasileiro repudia firmemente toda e qualquer ação militar contra alvos civis na Faixa de Gaza

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O Itamaraty afirmou, nesta quinta-feira (4), que foi com "profunda consternação" que o governo brasileiro tomou conhecimento do ataque aéreo israelense no qual sete trabalhadores da ONG humanitária World Central Kitchen (WCK) foram mortos na Faixa de Gaza.

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A WCK exigiu uma investigação independente sobre o ataque, ocorrido na segunda (1º). Os funcionários estavam levando ajuda ao norte de Gaza, onde quase todos os moradores sofrem de insegurança alimentar, quando foram atingidos por um bombardeio aéreo.

No ataque, foram mortos cidadãos da Austrália, Canadá, Polônia, Estados Unidos e Reino Unido. No comunicado, a World Central Kitchen pediu o auxílio dos países para pressionar Israel por uma investigação independente, uma vez que os bombardeios tiveram como alvos três veículos da organização, que estavam devidamente identificados.

Na nota em que informa sobre o Brasil ter ficado sabendo do episódio com "profunda consternação", o Itamaraty diz que o governo federal lamenta também as mortes de civis e trabalhadores de saúde palestinos e os danos provocados por uma ação militar das últimas semanas, que culminou na destruição do hospital Al-Shifa, "em contexto no qual a assistência médica à população de Gaza é fundamental".

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores brasileiro, o Brasil lamenta que mais de 200 agentes humanitários tenham sido mortos na região desde outubro de 2023, quando teve início a guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas.

O governo brasileiro, reforça a pasta, repudia firmemente toda e qualquer ação militar contra alvos civis na Faixa de Gaza, principalmente aqueles ligados à prestação de ajuda humanitária e de assistência médica, e considera importante o cumprimento da demanda de um cessar-fogo imediato presente em resolução do Conselho de Segurança da ONU aprovada em 25 de março.

Confira a íntegra da nota do Itamaraty:

O governo brasileiro tomou conhecimento, com profunda consternação, de ataque aéreo israelense, ocorrido em 1º de abril, na região de Deir el-Balah, na Faixa de Gaza, no qual sete trabalhadores da ONG humanitária World Central Kitchen (WCK) foram mortos. Deplora também as mortes de civis e trabalhadores de saúde palestinos e os danos causados por ação militar das últimas semanas, que resultou na destruição do hospital Al-Shifa, em contexto no qual a assistência médica à população de Gaza é fundamental.

Ao expressar sua solidariedade ao povo da Palestina e dos demais países de nacionalidade das vítimas (Austrália, Reino Unido, Estados Unidos, Canadá e Polônia), sobretudo a seus familiares, o Brasil lamenta que mais de 200 agentes humanitários tenham sido mortos na Faixa de Gaza desde outubro de 2023. Esse número é o maior da história da ONU e representa, em menos de seis meses de conflito, quase três vezes mais vítimas entre trabalhadores humanitários do que jamais registrado em um único conflito, no período de um ano.

O governo brasileiro reitera o firme repúdio a toda e qualquer ação militar contra alvos civis, sobretudo aqueles ligados à prestação de ajuda humanitária e de assistência médica. Reitera a importância do cumprimento da demanda de um cessar-fogo imediato contida na resolução 2728 do Conselho de Segurança da ONU, aprovada em 25 de março. E recorda o caráter obrigatório das medidas cautelares proferidas pela Corte Internacional de Justiça, em 26 de janeiro, e ampliadas, em 28 de março, no âmbito do processo instaurado contra Israel, com base na Convenção para a Repressão e Punição do Crime de Genocídio.

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