Tropas israelenses deixam hospital Al-Shifa, em Gaza, após duas semanas de operações
Militares afirmaram que apreenderam armas e mataram cerca de 200 integrantes do Hamas. Maior complexo hospitalar de Gaza ficou destruído; OMS condenou invasão
O exército israelense anunciou, nesta segunda-feira (1º), o fim das operações na área do hospital de Al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza. A retirada das tropas ocorre duas semanas após os israelenses invadirem novamente a instalação médica, alegando que o grupo extremista Hamas continua utilizando o local para fins militares.
"As Forças de Defesa de Israel concluíram a operação esta manhã na área do Hospital Shifa. As forças de Sheitat 13, a equipe de combate da 401ª brigada e a patrulha Nahal sob o comando da 162ª divisão deixaram a área do hospital", disse o exército, ressaltando que apreendeu armas e matou cerca de 200 militantes do Hamas no local.
A nova operação israelense na instalação hospital foi alvo de críticas de entidades internacionais. O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, por exemplo, acusou o exército de colocar civis em perigo de forma imprudente e de dizimar um setor de saúde que já está sobrecarregado por causa da guerra.
"21 pacientes morreram desde que o hospital foi cercado, em 18 de março. 107 pacientes estão em um prédio inadequado, dentro do complexo hospitalar, sem suporte de saúde, atendimento médico e insumos. Doenças contagiosas estão se espalhando devido a condições insalubres e falta de água", disse Adhanom, nesse domingo (31).
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Até o momento, o Ministério da Saúde de Gaza contabiliza 32.782 mortos e 75.298 feridos desde o início da ofensiva israelense, em 7 de outubro de 2023.
Segundo a pasta, a ocupação de Israel também continua impedindo ambulâncias, caminhões humanitários e equipes de proteção civil de chegar até as vítimas, o que pode levar a mais mortes.