Conselho de Segurança da ONU aprova pela 1ª vez cessar-fogo em Gaza
Estados Unidos se abstiveram na votação que pede fim das agressões no território palestino durante o Ramadã
O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou nesta segunda-feira (25) uma resolução que exige cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza durante o mês sagrado para os muçulmanos, o Ramadã, que começou em 11 de março e vai até 8 de abril. Foram 14 votos de apoio ao texto. Os Estados Unidos se abstiveram.
+ Mês mais sagrado do Islã, Ramadã começa neste domingo (10); entenda
Essa é a primeira resolução por cessar-fogo aprovada pelo principal órgão da ONU desde o início das agressões, em 7 de outubro, e foi proposta pelo E-10, um grupo de países não-permanentes do Conselho, e era apoiada pela Rússia, China e pelo Grupo Árabe de 22 nações na ONU.
Até então, o Conselho de Segurança só tinha adotado duas resoluções sobre o agravamento da resolução humanitária em Gaza.
O texto faz apelo por um cessar-fogo imediato durante o mês do Ramadã que leve "a um cessar-fogo sustentável”. Antes pedia por um cessar-fogo permanente, mas o texto precisou ser modificado para que não fosse vetado pelos Estados Unidos.
+ Conselho de Segurança: por que Lula defende reforma do órgão central da ONU
A medida também exige o regresso de cerca de 130 reféns israelenses que permanecem sob o poder do Hamas em Gaza, e sublinha a necessidade urgente de permitir que uma ampla ajuda chegue a 1,5 milhão de palestinos que estão no enclave sitiado, sem acesso a água, comida e insumos médicos.
Essa foi a quinta tentativa de votar um cessar-fogo no conflito que já deixou mais de 31 mil mortos na Faixa de Gaza. A aprovação foi seguida por aplausos e parabenizada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, que afirmou que um "fracasso seria imperdoável".