Publicidade
Política

Alvo da PF, Malafaia rebate Moraes: "Vai ter que me prender para me calar"

Pastor é investigado por suposta participação em crimes de coação no processo que apura a tentativa de golpe

Imagem da noticia Alvo da PF, Malafaia rebate Moraes: "Vai ter que me prender para me calar"
Pastor Silas Malafaia | Divulgação/PT
• Atualizado em
Publicidade

O pastor Silas Malafaia classificou como perseguição a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de impor medidas cautelares contra ele. O religioso foi abordado pela Polícia Federal na quarta-feira (20) e teve o passaporte e o celular apreendido pela Polícia Federal.

+ PF indicia Jair e Eduardo Bolsonaro por articulação de sanções dos EUA

“Estamos diante de um criminoso chamado Alexandre de Moraes, que eu vejo denunciando há quatro anos em mais de 50 vídeos. Onde você é proibido de conversar com alguém? Que democracia é essa? Aprender meu passaporte? Eu não sou bandido. Apreendeu meu telefone. Isso é uma vergonha. Não vou me calar, vai ter que me prender pra me calar”, disse.

Malafaia é investigado por suposta participação em crimes de coação no processo que apura a tentativa de golpe de Estado. Mensagens trocadas entre o pastor e o ex-presidente Jair Bolsonaro demonstram articulações para vincular um possível fim da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre os produtos brasileiros à concessão de anistia aos envolvidos nos ataques do 8 de janeiro de 2023.

Nas mensagens, Malafaia orienta Bolsonaro a sustentar a narrativa. Em um trecho de um áudio, o pastor diz que “tem que pressionar o STF dizendo que se houver uma anistia ampla e total, a tarifa vai ser suspensa”. Em resposta, Bolsonaro enfatiza que “o que mais tem feito é conversar com pessoas mais acertadas, que se não começar votando a anistia, não tem negociação sobre tarifa”.

Conversa entre Malafaia e Bolsonaro | Divulgação/PF
Conversa entre Malafaia e Bolsonaro | Divulgação/PF

Ambos chegam a trocar ideias sobre a divulgação de uma carta sustentando a narrativa. Malafaia, por sua vez, insiste que Bolsonaro grave um vídeo para “viralizar” nas redes sociais. O pastor ainda cita a contratação de um profissional de marketing para fazer uma “campanha orquestrada”. A frase nos banners seria “Anistia para todos! O Brasil da liberdade não será taxado”.

Conversa entre Malafaia e Bolsonaro | Divulgação/PF
Conversa entre Malafaia e Bolsonaro | Divulgação/PF

+ Imprensa internacional repercute plano de Bolsonaro de pedir asilo à Argentina

Para Moraes, Malafaia atuou como “orientador e auxiliar” nas ações de coação e obstrução promovidas por Bolsonaro para interferir no andamento do processo em que o ex-presidente é réu por tentativa de golpe. O filho de Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, também foi indiciado pela Polícia Federal, por tentar deslegitimar instituições brasileiras frente aos Estados Unidos, visando abrir caminho para a anistia do pai.

Taxação

A taxa de 50% dos Estados Unidos sobre os produtos brasileiros entrou em vigor em agosto. Em carta enviada à Brasília, o presidente Donald Trump disse que a decisão buscava “corrigir as graves injustiças do sistema” comercial atual. Ele também associou a medida ao que considera perseguição política contra Bolsonaro e ataques à liberdade de expressão.

+ Governo Trump chama Moraes de "tóxico" e ameaça punir quem apoiar ministro

Trump classificou como “vergonha internacional” o julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, chamando o processo de “caça às bruxas que deve acabar imediatamente”. Moraes, relator do processo, recebeu sanções econômicas de Washington, com base em alegações de “prisões arbitrárias” e “restrições à liberdade de expressão”.

Publicidade

Últimas Notícias

Publicidade