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"Pode ir na ONU, no raio que o parta", diz Tarcísio sobre denúncias de execuções na Baixada Santista

Organizações de Direitos Humanos denunciam nas Nações Unidas a escalada da violência policial no litoral paulista; 39 pessoas já foram mortas

"Pode ir na ONU, no raio que o parta", diz Tarcísio sobre denúncias de execuções na Baixada Santista
Tarcísio de Freitas fala de operação da PM na Baixada Santista | SBT
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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), minimizou nesta sexta-feira (8) as denúncias de execuções sumárias cometidas por policiais durante a Operação Verão, realizada pela Polícia Militar na Baixada Santista desde o início de fevereiro. Segundo ele, a ação está sendo feita com profissionalismo para proteger a sociedade. Até o momento, 39 pessoas foram mortas no litoral paulista.

"Sinceramente, nós temos muita tranquilidade com relação ao que está sendo feito. E aí o pessoal pode ir na ONU, na Liga da Justiça, no raio que o parta, que eu não tô nem aí", disse o governador.

+ Polícia mata uma pessoa a cada 15 horas na Baixada Santista em fevereiro

Tarcísio foi questionado sobre a operação durante um evento para anunciar ações voltadas às mulheres. Ao ser confrontado sobre os relatos de funcionários do SAMU e de um hospital de Santos, que revelaram ao g1 que corpos de vítimas da PM eram levados direto para os hospitais, como se ainda estivessem vivos, para evitar perícia, ele negou que o governo tenha recebido denúncias.

"Nossa polícia é extremamente profissional. É uma pena que toda hora as pessoas queiram botar a polícia na posição de criminosos (...) A gente está fazendo o que é correto. Nós vamos continuar fazendo o que é correto", afirmou ele.

"Não tem bandido na polícia. Quando tem, quando tem excesso, esse excesso vai ser punido exemplarmente", completou Tarcísio.

Na quinta-feira (7), o Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp), do Ministério Público de São Paulo, abriu uma notícia de fato para investigar as denúncias. Os promotores vão analisar os prontuários médicos e conversar com os socorristas para entender o que de fato aconteceu.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirmou que a Polícia Militar é uma instituição legalista, que atua "no estrito cumprimento do seu dever constitucional" e que vai "analisar os relatos dos socorristas do Samu apresentados pela reportagem, garantindo que o serviço de saúde faça seu trabalho corretamente".

Ainda segundo a pasta, todas as mortes causadas por intervenção policial são rigorosamente investigadas, com acompanhamento do Ministério Público e da Justiça.

Denúncia na ONU

Nesta sexta-feira (8), a Conectas Direitos Humanos e a Comissão Arns vão denunciar as operações letais e a escalada da violência policial na Baixada Santista durante a 55ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, na Suíça.

"O governador Tarcísio de Freitas promove atualmente uma das operações mais letais da história do Estado: a Operação Escudo, na região da Baixada Santista. Há denúncias de execuções sumárias, tortura, prisões forjadas, e outras violações de direitos humanos, bem como a ausência deliberada de uso das câmeras corporais na Operação", reforçam as entidades.

No dia 16 de fevereiro, a Defensoria Pública de São Paulo apelou à ONU e à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) para que a operação policial no litoral seja encerrada imediatamente, além de solicitar que seja determinada a obrigatoriedade do uso de câmeras corporais por agentes de segurança.

+ Crise na PM de São Paulo: Derrite influencia em mudanças no comando da corporação e desagrada coronéis

Execuções sumárias

Um relatório da Ouvidoria de Polícia de São Paulo e de organizações da sociedade civil denunciou cinco casos de execução sumária pela Polícia Militar, um caso de tentativa de execução, duas invasões ilegais de domicílio pelos militares e seis relatos de abusos policiais durante abordagens da Operação Verão.

No início de março, o ouvidor das polícias, Claudio Silva, e o integrante da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), Paulo Vannuchi, foram até a Baixada Santista para ouvir moradores e familiares e entender as circunstâncias das mortes durante a ação da PM.

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