Caso Gritzbach: Justiça Militar encaminha julgamento de três PMs para a Justiça Comum
Policiais já respondem por quatro homicídios relacionados à ação em Guarulhos; processo aguarda aval do Ministério Público
Agência SBT
Justiça Militar de São Paulo decidiu que três policiais acusados de matar Antônio Vinícius Gritzbach devem ser julgados pela Justiça Comum, e não pela Justiça Militar. A determinação foi anunciada na quinta-feira (7) pela 1ª Auditoria da Justiça Militar.
De acordo com a nota emitida pelo órgão, homicídios praticados por militares que envolvem a intenção de matar, devem ser julgados fora da esfera militar, conforme prevê a Constituição Federal e o Código Penal Militar.
+ Influenciador MauMau ZK posta vídeo dentro de cela após ser preso em SP
Os policiais afetados pela decisão são o 1º Tenente Fernando Genauro da Silva, o Soldado Ruan Silva Rodrigues e o Cabo Denis Antonio Martins. Ruan e Denis são apontados como os autores dos disparos que mataram Gritzbach, enquanto Fernando teria sido o piloto de fuga da ação.

Segundo a Justiça Militar, a transferência oficial do processo para a Justiça Comum depende da aprovação do Ministério Público. Porém, é importante destacar que os três policiais já respondem pelos quatro homicídios na esfera civil, a morte de Antônio Vinícius Gritzbach e de outras três pessoas durante o tiroteio no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Os demais policiais envolvidos seguirão respondendo pelos crimes na Justiça Militar.
+ Caso Gritzbach: quem são e quais crimes cometeram policiais alvos de operação
Relembre o caso
Após ser condenado por lavagem de dinheiro, principalmente por meio de negócios imobiliários de luxo na zona leste de São Paulo, Antônio Vinícius Gritzbach começou a colaborar com o Ministério Público como delator. Ele denunciou diversos criminosos, muitos deles seus próprios clientes e contatos estratégicos da organização criminosa.
Gritzbach é acusado de ter ordenado o assassinato de Anselmo Santa Fausta, conhecido como Cara Preta, e de seu motorista, Antônio Corona Neto, o Sem Sangue, ambos apontados como integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) e aliados de líderes da facção atualmente foragidos. A principal linha de investigação aponta que sua morte, em 8 de novembro de 2024, no Aeroporto de Guarulhos, foi motivada por vingança, em retaliação à morte desses criminosos.
As apurações também indicam que Gritzbach utilizava atividades ilícitas, como prostituição, jogos de pôquer e desmanche de veículos, para financiar policiais civis envolvidos em corrupção.
No total, 16 policiais militares são investigados por envolvimento tanto no assassinato quanto em outras atividades ligadas ao crime organizado. A Corregedoria aponta que dois núcleos da corporação, formados por agentes de batalhões da Zona Leste e integrantes da ROTA, a tropa de elite paulista, teriam vendido informações sigilosas ao PCC.