Isaquias Queiroz acelera no fim e ganha prata no C1 1000m da canoagem de velocidade em Paris 2024
Ouro em Tóquio 2020, baiano fez final de prova avassalador para buscar segundo lugar no pódio e quinta medalha olímpica
Isaquias Queiroz acelerou nos metros finais no C1 1000m da canoagem de velocidade nas Olimpíadas de Paris 2024 e ganhou medalha de prata, nesta sexta-feira (9). Ouro em Tóquio 2020, o baiano não conseguiu repetir título da última edição dos Jogos, mas fez encerramento avassalador, saindo da quinta posição para buscar segundo lugar no pódio.
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Queiroz, de Ubaitaba (BA), realizou uma primeira metade difícil na final, virando na quinta colocação. Como tinha feito na semifinal duas horas antes, apostou na força e velocidade que costuma exibir nas remadas em fim de prova e superou oponentes para conquistar quinta medalha em Olimpíadas. Tempo de 3min44seg33. Martin Fuksa, da República Tcheca, ficou com ouro (3min43seg16, novo recorde olímpico) e Serghei Tarnovschi, da Moldávia, completou pódio com bronze (3min44seg68).
Assim, o maior nome da canoagem de velocidade brasileira se iguala a Robert Scheidt e Torben Grael, da vela, com cinco pódios em Jogos Olímpicos. Líder do ranking e recordista individual, Rebeca Andrade, da ginástica, ganhou quatro medalhas em Paris 2024 e totaliza seis.
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A prata veio após frustração em Paris 2024. Nessa quinta (8), na final do C2 500m, ele e Jacky Godmann ficaram fora do pódio e terminaram prova na última e oitava posição. No C1 1000m, grande prova do baiano, Queiroz chegou ao terceiro pódio seguido, após prata na Rio 2016 e ouro em Tóquio 2020.
"Prata tem gosto de ouro"
Queiroz disse que "esta medalha de prata tem gosto de ouro", em entrevista depois da prova, divulgada pela Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa). "Estava muito atrás na prova. A subida minha... Acho que tirei de gás de onde não tinha. Fui arriscar tudo. Falei, 'cara, acho que dá'. Pra mim, é um grande feito", continuou.
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Na conversa, admitiu que "não me sentia muito bem nas Olimpíadas", sobretudo após a prova em dupla dessa quinta, quando ele e Jacky terminaram em último, fora do pódio. Mesmo assim, avaliou que resultado de ontem "não foi uma porcaria".
"Não foi exatamente o que eu queria. Mas sair com prata é gratificante. Em 2023, estava muito sobrecarregado mentalmente, psicologicamente, muito estresse. Não conseguia raciocinar direito. Às vezes, explodia por qualquer coisa em casa. Tive que tomar remédios para poder me ajudar nessa questão", desabafou ele, pai de Sebastian, de 6 anos, e Luigi, de 1.
Queiroz também declarou que a pressão pode ter pesado em Paris 2024, mas conseguiu superá-la para buscar medalha. "Mas acho que aquela coisa... Nove anos brigando no pódio. Vi muita gente me massacrar por causa de um ano ruim", completou.
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O baiano também brincou que, com cinco medalhas na modalidade, "vai ser difícil pros que vão vir agora, né?", em referência a nomes jovens na canoagem de velocidade.
"É continuar trabalho para ganhar mais. Ouro é mais gostoso ainda. Prata tem quase mesmo sabor, ainda mais depois de uma remontada dessa. Se eu parar hoje, tem mais atletas novos vindo aí", comemorou, sem descartar tentativa de participar de Los Angeles 2028.