Rússia condena americano de 72 anos a quase 7 anos de prisão por lutar na Ucrânia
Stephen James Hubbard teria assinado contrato com Kiev para receber US$ 1 mil mensais por participar do conflito
Camila Stucaluc
O Tribunal da cidade de Moscou, na Rússia, condenou o norte-americano Stephen James Hubbard, de 72 anos, a seis anos e 10 meses de prisão por “lutar como mercenário” na Ucrânia. Na decisão, divulgada nesta segunda-feira (7), a Corte afirmou que Hubbard assinou um contrato com o batalhão de defesa de Izyum, no leste ucraniano.
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“De acordo com o contrato, Hubbard recebeu uma recompensa monetária mensal de 1.000 dólares americanos pela participação no conflito armado, no período de fevereiro até 02 de abril de 2022 [quando foi capturado]. Por esta ação, Hubbard foi condenado a prisão em uma colônia penal de regime geral, com confisco de fundos”, disse o tribunal.
A sentença atendeu o pedido dos promotores, que, devido à idade avançada de Hubbard, solicitaram uma pena de sete anos de prisão, em vez de 15 anos. Com isso, Hubbard, do estado de Michigan, é o primeiro norte-americano conhecido a ter sido condenado sob a acusação de “lutar como mercenário no conflito ucraniano”.
Washington ainda não se pronunciou sobre a sentença. O governo de Joe Biden, no entanto, já afirmou várias vezes que as prisões são uma jogada da Rússia, que detém perfis de importância nacional para impulsionar um "pool de troca".
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Neste ano, por exemplo, Moscou soltou o jornalista Evan Gershkovich, detido em março de 2023, na cidade de Yekaterinburg. Ele havia sido condenado a 16 anos de prisão por espionagem, mas foi libertado na maior troca de prisioneiros entre os países da história. Já em 2022, o Kremlin autorizou a troca da jogadora de basquete Brittney Griner, acusada de porte de drogas e contrabando, pelo traficante de armas russo Viktor Bout.