Na COP30, governador da Califórnia chama de ‘burra’ postura dos EUA sobre crise climática
Gavin Newsom afirmou que reversão de políticas de energia limpa farão indústria americana ser ultrapassada pela China


Camila Stucaluc
O governador da Califórnia, Gavin Newsom, criticou a ausência dos Estados Unidos da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontece em Belém, no Pará. Durante audiência na terça-feira (11), o político classificou como “burra” a postura ambiental do governo de Donald Trump, que é contra a transição energética.
🔍A transição energética é a mudança gradual do sistema energético de combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão mineral, por fontes limpas e renováveis, como energia solar, eólica e hidrelétrica. O objetivo é reduzir as emissões de gases de efeito estufa, que aceleram o aquecimento da Terra.
“Os Estados Unidos estão sendo tão burros quanto querem ser sobre este tópico. Mas o Estado da Califórnia não está. E assim vamos nos afirmar, vamos competir neste espaço”, disse Newsom. “A China está invadindo a área [de transição energética] e vai dominar a próxima grande indústria global. Portanto, estou aqui também por um prisma econômico”, acrescentou.
Na COP30, o governador da Califórnia é um dos líderes locais representantes dos Estados Unidos, que, pela primeira vez na história, não enviaram uma delegação oficial ao evento. A ação foi duramente criticada pelo democrata, que, assim que chegou ao Brasil, disse ficar “chocado” com a postura de Trump.
"Estou aqui por conta da ausência de qualquer liderança do governo dos Estados Unidos, é um vácuo. É de deixar o queixo caído. Nem um representante, nem um espectador para tomar notas foi levado a Belém. Isso é uma reversão completa do progresso feito pelo governo Biden”, disse Newsom, na segunda-feira (10), durante simpósio em São Paulo sobre mercados e sustentabilidade.
Visando o crescimento da indústria, Trump defende os combustíveis fósseis, sendo crítico da transição energética. Desde que voltou à Casa Branca, em 20 de janeiro de 2025, o republicano revogou uma série de regulamentações ambientais implementadas por governos anteriores, como o limite de emissões de gases de efeito estufa para usinas de energia e financiamentos para projetos de energia limpa.
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Uma das ações mais marcantes do presidente, no entanto, foi a assinatura da saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris. O tratado, principal base da COP, foi firmado em 2015 por mais de 190 países com o objetivo de limitar o aquecimento global abaixo de 2ºC, em relação aos níveis pré-industriais, até o final do século.
Acordo com Pará
Na COP30, Newsom firmou um acordo com o governador do Pará, Helder Barbalho, para aprimorar as capacidades de prevenção e resposta a incêndios florestais. Ambos os políticos também se comprometeram a impulsionar, a partir do Vale Bioamazônico, a cooperação em bioeconomia, pesquisa e inovação em gestão sustentável da terra em conexão com o ecossistema tecnológico do Vale do Silício.









