"A mudança do clima não é uma ameaça do futuro, é uma tragédia do presente", afirma Lula na abertura da COP30
Presidente abriu nesta segunda (10) a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), realizada em Belém

SBT News
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu nesta segunda-feira (10) a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), realizada em Belém, no Pará.
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Durante o discurso de abertura, Lula convidou países e autoridades a avançarem nas ações climáticas, alertando para o risco de o Acordo de Paris não ser cumprido. O presidente também destacou a importância do combate ao racismo ambiental, tema da declaração assinada pelo Brasil durante a Cúpula de Líderes.
Ao mencionar os recentes desastres naturais no sul do Brasil e no Caribe, o presidente afirmou que a COP30 deve ser a “edição da implementação”, ou seja, o momento de colocar em prática medidas que já estão previstas.
“A mudança do clima não é uma ameaça do futuro, é uma tragédia do presente. O furacão Melissa, que fustigou o Caribe, e o tornado que atingiu o Estado do Paraná, no Sul do Brasil, deixaram vítimas fatais e um rastro de destruição”, declarou.
Sem citar nomes, Lula criticou a ausência de alguns líderes mundiais que não estavam presentes no evento. Ele também defendeu que é mais barato financiar ações climáticas do que guerras e pediu união contra o negacionismo.
“Na era da desinformação, os obscurantistas rejeitam não só as evidências da ciência, mas também os progressos do multilateralismo. Eles controlam algoritmos, semeiam ódio e espalham o medo. Atacam as instituições, a ciência e as universidades. É momento de impor uma nova derrota aos negacionistas”, disse o presidente.
Lula exaltou ainda a Amazônia, o bioma mais diverso do mundo, e ressaltou o protagonismo dos povos originários, especialmente os que vivem no Pará, no combate às mudanças climáticas. Ele aproveitou para convidar os participantes a conhecerem a culinária paraense durante a conferência.
Antes do discurso de Lula, também falaram o presidente da COP29, Mukhtar Babayev, e o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, que reforçaram a capacidade da Conferência de reverter o atual cenário climático. O secretário executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), Simon Stiell, também esteve presente.
A cerimônia de abertura contou ainda com uma apresentação cultural de povos indígenas, que cantaram e dançaram para os chefes de Estado e demais autoridades presentes.
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O que esperar da COP30
A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) começa nesta segunda-feira (10), em Belém (PA), e deve reunir chefes de Estado, líderes e membros da sociedade civil.
O encontro tem como meta principal implementar medidas concretas para conter o avanço das mudanças climáticas e reduzir as emissões de gases de efeito estufa, que atingiram níveis recordes em 2024.
Entre os principais temas da conferência estão a eliminação gradual dos combustíveis fósseis, uma das maiores fontes de poluição do planeta, e a transição energética.
Também estão na pauta o combate ao desmatamento, especialmente na Amazônia, e o financiamento climático para que países em desenvolvimento possam adotar medidas sustentáveis.
Os debates devem abordar formas de adaptação às mudanças climáticas, já que o aumento da temperatura média global deve ultrapassar a meta de 1,5°C estabelecida no Acordo de Paris.
O Brasil deve ter papel de destaque nesta edição, atuando como ponte diplomática entre países ricos e emergentes. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu fazer da COP30 a “COP da verdade”, cobrando ações práticas e não apenas compromissos formais.
O país também pretende apresentar propostas para proteger a Amazônia e as populações locais, incluindo indígenas e ribeirinhos.









