EUA: julgamento que pode levar Trump à prisão entra na reta final
Ex-presidente é acusado de repasse financeiro clandestino a ex-atriz pornô Stormy Daniels; ele enfrenta 34 acusações
O julgamento que pode levar o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump à prisão entrou na última fase. Os promotores e advogados de defesa deverão apresentar, nesta terça-feira (28), as alegações finais ao júri de Manhattan, que será responsável por conceder o veredicto. Ao todo, foram cinco semanas de depoimentos.
Trump enfrenta 34 acusações de falsificação de registros empresariais – realizadas para cobrir o suborno à ex-atriz pornô Stormy Daniels. O pagamento de US$ 130 mil foi feito em 2016, em meio a campanha presidencial, pelo então advogado do empresário, Michael Cohen, para que a atriz não revelasse a relação extraconjugal que teve com Trump.
A promotoria afirma que Trump fez o pagamento como se fosse uma despesa ao advogado, o que significa que o ex-presidente escondeu o valor dos registros fiscais. Como o suborno foi feito para impedir que a relação com a atriz atrapalhasse a reta final das eleições, os promotores também defendem que Trump escondeu um gasto de campanha.
Essa é a primeira vez que um ex-presidente dos Estados Unidos é julgado por um caso criminal. Em 2023, Trump declarou-se inocente das acusações, alegando que vem sendo vítima de uma "caça às bruxas" dos democratas para impedi-lo de voltar à Casa Branca. Ele está previsto para disputar as eleições presidenciais deste ano.
Para que Trump seja condenado é preciso um veredicto unânime dos 12 jurados. O grupo decidirá se o republicano é culpado ou não das 34 acusações – que podem resultar em até quatro anos de prisão. Todos os diálogos ocorrerão a portas fechadas na Corte e não há previsão de quanto tempo os jurados irão demorar para tomar a decisão.
Outras acusações
Além do caso envolvendo Stormy Daniels, Trump enfrenta outros três processos criminais, totalizando 91 acusações. Um deles refere-se ao arquivamento de centenas de documentos sigilosos que deveriam ter sido entregues ao Arquivo Nacional; outro à interferência nas eleições federais no condado de Fulton, na Geórgia; e o último em esforços para reverter os resultados das eleições de 2020 – que deram vitória ao presidente Joe Biden.