Trump se declara inocente de 34 acusações e deixa tribunal em Nova York
Ex-presidente deve retornar para julgamento em janeiro de 2024
Donald Trump deixou o Tribunal Superior de Manhattan, em Nova York, às 16h30 desta 3ª feira (4.abr) após se declarar inocente de 34 acusações criminais. Primeiro ex-presidente denunciado criminalmente nos Estados Unidos, o republicano de 76 anos foi indiciado por falsificação de registros comerciais relacionados a sua tentativa de esconder a natureza de um pagamento para comprar o silêncio da ex-atriz pornô Stormy Daniels, em 2016, e também por outros crimes.
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Taciturno, o ex-presidente, que tenta se lançar como candidato republicano na eleição presidencial de 2024, ficou cerca de 1h30 no tribunal e não foi algemado ou fotografado, mas teve as impressões digitais registradas. Anteriormente, ele havia se manifestado sobre o processo em sua rede social, Truth Social.
"Indo para a região sul de Manhattan, para corte. Parece ser tão surreal, uau, eles vão me prender. Não dá para acreditar que isso está acontecendo nos EUA. Façam os EUA grandes de novo", escreveu.
Solto logo após a autuação e comparecimento perante o juiz do tribunal Juan Merchan, o ex-presidente volta ainda hoje para a sua casa em Mar-a-Lago, na Flórida, onde fará um pronunciamento para apoiadores.
Ele deverá se apresentar novamente, dessa vez para o seu julgamento, em janeiro de 2024.
Caso de suborno
As acusações enfrentadas por Donald Trump são referentes ao suposto pagamento de US$ 130 mil feito por Michael Cohen, seu ex-advogado, à atriz pornô Stormy Daniels dias antes da eleição presidencial de 2016, vencida pelo republicano. O pagamento tinha como objetivo abafar um caso extraconjugal do futuro presidente com Daniels e foi pago por Cohen por meio de uma empresa de fachada antes de ser reembolsado por Trump em cheques pessoais.
O pagamento a Cohen foi justificado como honorário advocatício -- uma despesa legal - pela empresa Trump Organization, o que pode ser considerado uma tentativa de esconder a natureza do pagamento, ou seja, uma falsificação de registro comercial.
A falsificação de registros comerciais pode ser considerada crime em Nova York se for feita para ocultar outro crime. Nesse caso, o outro crime pode ser uma violação da lei eleitoral: o pagamento de Cohen a Daniels para evitar um escândalo durante a campanha presidencial.
Outros crimes
O caso Stormy Daniels é apenas um dos casos que ameaçam o ex-presidente, que também é investigado por pressionar funcionários públicos para anular a vitória de Joe Biden em 2020, com uma ligação telefônica gravada na qual pediu ao secretário de Estado da Geórgia que "encontrasse" votos suficientes para reverter o resultado.
Trump também é investigado por seu possível papel na insurreição de 6 de janeiro de 2021 no Capitólio, assim como pela custódia de documentos confidenciais depois de deixar a Casa Branca.