Em dois anos, STF responsabilizou quase 900 pessoas por atos do 8/1
Mais de 370 investigados foram condenados, enquanto outros 500 firmaram acordo para evitar processos penais
Camila Stucaluc
Quase 900 pessoas já foram responsabilizadas pela invasão aos prédios dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023. É o que aponta um balanço divulgado na terça-feira (7) pelo gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator dos processos relacionados ao caso.
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Dos mais de 2 mil investigados, 371 foram condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa e deterioração de patrimônio público. A maioria (225) teve as ações classificadas como graves, com penas entre três e 17 anos de prisão.
Entre eles está Antônio Claudio Alves Ferreira, que danificou o relógio histórico trazido por Dom João VI em 1808. Ele foi condenado a 17 anos de prisão, assim como Maria de Fátima Mendonça Jacinto, conhecida como Fátima Tubarão. Na invasão, ela ameaçou “pegar” Moraes, e se gabou de ter defecado no banheiro do STF.
Até o momento, 71 dos condenados ao regime fechado iniciaram o cumprimento das penas, e 30 aguardam o esgotamento das possibilidades de recurso. Cerca de 120 pessoas, por outro lado, são consideradas foragidas. Algumas delas estavam sendo monitoradas por tornozeleira eletrônica e saíram do país após romperem o equipamento.
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Outros 527 investigados, por sua vez, confessaram ter participado dos atos antidemocráticos e fizeram acordo com o Ministério Público Federal (MPF) para evitar processos penais. Além de multa, eles precisam prestar 150 horas de serviço comunitários, frequentar um curso sobre o funcionamento da democracia. Também é proibido manter perfis em redes sociais abertas durante o período de vigência do acordo.