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Preocupação é apoiar para que haja eleições "justas" na Venezuela, diz Mauro Vieira

Chanceler brasileiro ressaltou que Brasil não pode nem vai interferir em questões internas de outro país

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O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, disse nesta quinta-feira (14) que o governo brasileiro está muito preocupado em apoiar para que ocorram eleições "justas", "transparentes" e "aceitas por todos" na Venezuela. A declaração foi dada durante participação em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado.

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Para o ministro, o anúncio de que serão feitas eleições no país em 28 de julho "é fundamental e importantíssimo".

"Isso aconteceu, entre outras coisas, pelos constantes contatos que mantivemos, o Itamaraty, e o próprio presidente da República, com o governo da Venezuela, chamando a atenção para a necessidade de manter um processo eleitoral".

O chanceler brasileiro ressaltou que o Brasil não pode interferir internamente na legislação venezuelana. "As datas eleitorais na Venezuela não são fixadas como no nosso caso, em que está na Constituição", afirmou o ministro, mas anunciadas pelo Executivo meses antes.

"Agora, o que nós queremos e nos preocupa muito é apoiar para que haja a realização de eleições justas, transparentes, abertas, aceitas por todos".

Segundo Mauro Vieira, o Brasil continuará conversando com a Venezuela sobre as eleições.

Ele foi questionado ainda sobre o impedimento de Maria Corina, líder da oposição a Nicolás Maduro, de concorrer no próximo pleito e a prisão de Rocío San Miguel, defensora dos direitos humanos na Venezuela, em 9 de fevereiro. Conforme o chanceler brasileiro, ambos os assuntos foram informados pelo Itamaraty ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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"A questão toda é que não podemos e não vamos interferir internamente em nenhum país, como nunca fizemos. Nós não dizemos, não ensinamos a ninguém o que deve fazer. Esperamos que possa haver, sim, um entendimento também", acrescentou.

Em 6 de março, Lula deu uma declaração que foi interpretada como uma indireta a Maria Corina, impossibilitada de se candidatar, e acabou sendo criticado pela própria líder da oposição a Maduro.

"Fui impedido de concorrer às eleições de 2018 e em vez de ficar chorando indiquei outro candidato e ele disputou as eleições. Na Venezuela está marcada as eleições 28 de julho", disse o petista no início do mês.

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Acordo Mercosul-UE

Outro tema abordado por Mauro Vieira na audiência na CRE foram as negociações para o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE). Segundo o ministro, a expectativa do governo brasileiro é que o acordo seja concluído no segundo semestre.

"Podemos dizer que fizemos importantes avanços na negociação do acordo de associação durante a presidência pro-tempore do Mercosul, no ano passado, o que demonstra o engajamento do Brasil e dos sócios do Mercosul nas relações com a UE", pontuou o chanceler.

"Seguimos comprometidos com a conclusão desse importante acordo, que deverá, esperamos, ocorrer ainda este ano, no segundo semestre".
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