Prates diz que não pagamento de dividendos da Petrobras foi decisão do governo Lula e nega intervenção
Presidente da estatal classificou medida como de "adiamento e reserva" e falou em "exercício soberano" do Estado brasileiro na condução da empresa
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou nessa quarta-feira (13), em postagem na rede social X (antigo Twitter), que o não pagamento de dividendos extraordinários para acionistas partiu de decisão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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Prates, porém, negou que medida tenha sido uma intervenção governamental na empresa e falou que a retenção de pagamentos foi "exercício soberano" do Estado brasileiro na condução da companhia.
"O mercado ficou nervoso esperando dividendos sobre cuja decisão foi meramente de adiamento e reserva. Falar em 'intervenção na Petrobras' é querer criar dissidências, especulação e desinformação", escreveu.
O presidente da Petrobras escreveu no X que a estatal "é uma corporação de capital misto controlada pelo Estado brasileiro, e que este controle é exercido legitimamente pela maioria do seu Conselho de Administração".
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"Isso não pode ser apontado como intervenção! É o exercício soberano dos representantes do controle da empresa", completou.
Na última quinta (7), após não pagamento de dividendos extraordinários, as ações da Petrobras caíram na Bolsa e a estatal perdeu R$ 55,3 bilhões de valor de mercado.
Na segunda (11), em entrevista exclusiva ao SBT Brasil, Lula falou que a empresa tem de pensar nos brasileiros e não apenas nos acionistas, citou uma "conversa séria" entre governo e direção da estatal e fez críticas ao mercado, que chamou de "dinossauro voraz que quer tudo para ele e nada para o povo".
Também na segunda, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ponderou que a Petrobras pode reavaliar pagamento de dividendos "num momento oportuno".
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Prates ainda afirmou que o Conselho da Administração se posicionou orientado pelo presidente Lula e pelos ministros. "Foi exatamente isso o que ocorreu em relação à decisão sobre os dividendos extraordinários", continuou.
"Somente quem não compreende (ou propositalmente não quer compreender) a natureza, os objetivos e o funcionamento de uma companhia aberta de capital misto com controle estatal pode pretender ver nisso uma intervenção indevida", falou, novamente negando interferência do governo.