Prates diz que não pagamento de dividendos da Petrobras foi decisão do governo Lula e nega intervenção
Presidente da estatal classificou medida como de "adiamento e reserva" e falou em "exercício soberano" do Estado brasileiro na condução da empresa

Felipe Moraes
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou nessa quarta-feira (13), em postagem na rede social X (antigo Twitter), que o não pagamento de dividendos extraordinários para acionistas partiu de decisão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Prates, porém, negou que medida tenha sido uma intervenção governamental na empresa e falou que a retenção de pagamentos foi "exercício soberano" do Estado brasileiro na condução da companhia.
"O mercado ficou nervoso esperando dividendos sobre cuja decisão foi meramente de adiamento e reserva. Falar em 'intervenção na Petrobras' é querer criar dissidências, especulação e desinformação", escreveu.
O presidente da Petrobras escreveu no X que a estatal "é uma corporação de capital misto controlada pelo Estado brasileiro, e que este controle é exercido legitimamente pela maioria do seu Conselho de Administração".
"Isso não pode ser apontado como intervenção! É o exercício soberano dos representantes do controle da empresa", completou.
Na última quinta (7), após não pagamento de dividendos extraordinários, as ações da Petrobras caíram na Bolsa e a estatal perdeu R$ 55,3 bilhões de valor de mercado.
Na segunda (11), em entrevista exclusiva ao SBT Brasil, Lula falou que a empresa tem de pensar nos brasileiros e não apenas nos acionistas, citou uma "conversa séria" entre governo e direção da estatal e fez críticas ao mercado, que chamou de "dinossauro voraz que quer tudo para ele e nada para o povo".
Também na segunda, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ponderou que a Petrobras pode reavaliar pagamento de dividendos "num momento oportuno".
Prates ainda afirmou que o Conselho da Administração se posicionou orientado pelo presidente Lula e pelos ministros. "Foi exatamente isso o que ocorreu em relação à decisão sobre os dividendos extraordinários", continuou.
"Somente quem não compreende (ou propositalmente não quer compreender) a natureza, os objetivos e o funcionamento de uma companhia aberta de capital misto com controle estatal pode pretender ver nisso uma intervenção indevida", falou, novamente negando interferência do governo.









