Saúde

Uso excessivo das redes sociais preocupa especialistas e afeta todas as idades

SBT Brasil mostra como a dependência digital tem causado impactos emocionais e comportamentais crescentes no país

O ato de se desconectar, mesmo que por alguns instantes, tem se tornado uma tarefa cada vez mais difícil para muitas pessoas, de todas as idades. Esse é o tema do episódio de hoje da série “Vício: o preço da compulsão”, que aborda o uso descontrolado das redes sociais.

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Um estudo internacional revelou que o Brasil é o segundo país do mundo onde a população passa, em média, mais tempo diante de uma tela, ficando atrás apenas da África do Sul. O país também ocupa a segunda posição no ranking quando a medição considera apenas o uso de redes sociais.

O sentimento de ansiedade por estar sempre conectado é mais comum do que parece. O termo em inglês “FOMO” (Fear of Missing Out) descreve o medo de perder algo importante. Já a “nomofobia” refere-se ao receio extremo de ficar sem o celular — sair de casa sem ele, então, é praticamente impensável para muitos.

O uso constante do celular está diretamente ligado à liberação de dopamina, neurotransmissor associado à sensação de prazer. Esse estímulo natural ocorre em atividades como caminhar no parque, praticar esportes ou estar com amigos. O problema é quando o prazer passa a ser gerado por estímulos artificiais, como o uso excessivo das redes sociais. A cada clique, o cérebro recebe uma nova carga de dopamina, criando um ciclo de dependência difícil de romper.

Abandonar as redes sociais não é tarefa simples. Isso não se deve apenas ao condicionamento do cérebro, mas também aos mecanismos desenvolvidos pelas plataformas para manter os usuários conectados. O gesto simples de rolar a tela é um exemplo: o usuário entra para ver “só um vídeo” e, quando percebe, horas se passaram.

O médico psiquiatra do Programa de Transtornos do Impulso, do Hospital das Clínicas da USP, alerta que a perda de controle, antes mais associada aos jovens, hoje atinge pessoas de todas as idades.

“Os idosos muitas vezes caminham para uma vivência mais solitária, e faz parte da natureza humana a necessidade de conexão”, observa. Ele complementa: “Vem quase como um queijo com goiabada: o idoso solitário começa a usar essa tecnologia para preencher o tempo, se sentir mais conectado com o mundo, menos isolado, e aí podemos entrar em uma relação que pode caminhar para o adoecimento.”

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