Haddad se reúne com bancos e Febraban para discutir impacto de mudanças no IOF
Após polêmica, equipe econômica tenta acertar rumos do crédito com instituições financeiras

Ellen Travassos
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teve reunião nesta quarta-feira (28), na sede do ministério, com representantes de bancos para debater os efeitos da recente alteração no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
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A medida, anunciada pela equipe econômica na semana passada, surpreendeu o mercado e gerou reações imediatas, levando o governo a recuar parcialmente no mesmo dia da publicação do decreto.
A revisão mais significativa ocorreu em relação às operações de investimentos de fundos nacionais no exterior. Inicialmente, o governo havia estabelecido uma alíquota de 3,5% para remessas com fins de rendimento, mas, após críticas de especialistas que interpretaram a mudança como uma forma de intervenção cambial, a taxa foi mantida zerada.
O ajuste buscou evitar distorções no fluxo de capitais e acalmar as preocupações do mercado financeiro.
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A reunião tem como objetivo principal discutir os rumos do mercado de crédito diante das novas regras. Participaram do diálogo, além de Haddad, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, o chefe de gabinete Laio Morais, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, e o secretário de Reformas Econômicas, Marcos Barbosa.
Do lado privado, estiveram presentes os presidentes das maiores instituições financeiras do país, incluindo Isaac Sidney (Federação Brasileira de Bancos, a Febraban), Milton Maluhy Filho (Itaú Unibanco), Marcelo Noronha (Bradesco), Mario Leão (Santander Brasil) e Roberto Sallouti (BTG Pactual).
O setor bancário é um dos mais afetados pelas mudanças no IOF, já que o tributo incide diretamente sobre diversas operações financeiras.