Energia verde, aviação e biotecnologia são destaques em fórum Brasil-Índia

Bioenergia, mineração verde, descarbonização, aviação e biotecnologia estão entre os principais setores de cooperação entre Índia e Brasil. Autoridades e empresários dos dois países do Brics, grupo que reúne economias emergentes, destacaram no evento LIDE Brazil India Forum, que termina nesta sexta-feira (8), destacaram o potencial de cooperação econômica em segmentos que envolvem inovação e tecnologia.

Índia e Brasil são os dois países que, até o momento, são os alvos das maiores tarifas comerciais impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 50%. O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, falaram ao telefone nesta quinta-feira (7) para falar de colaboração em meio à escalada da guerra comercial norte-americana.

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Em evento realizado em Mumbai, Fernanda Curdi, secretária de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços do Rio de Janeiro, falou da parceria estratégica com a Índia para a construção do Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde no estado do Rio, que deverá ser o maior centro de produção de vacinas e biofármacos da América Latina. O investimento estimado é de R$ 5 bilhões.

Do lado indiano, Nishant Saxena, CEO global da Erba Transasia Bio-medicals, falou do interesse em construir uma fábrica no Brasil para atender à demanda crescente por equipamentos de diagnóstico clínico. E Gaurav Datay, diretor da CIPLA, destacou a produção de medicamentos acessíveis, como o tratamento para HIV que custava US$ 10 mil e foi reduzido para US$ 1 por dia. "Oferecemos tecnologia de ponta. Basta dizer qual produto vocês precisam. Temos o maior portfólio do mundo. O Brasil é estratégico para nós", disse.

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No setor de energia, a Índia já incorpora 20% de etanol à gasolina. O percentual deve subir a 30% em 2030. Siddharth Jain, CEO do Inox Group, trouxe a proposta de criar uma força-tarefa bilateral no setor de energia limpa.

Na aviação, a Embraer anunciou durante o evento do LIDE que a empresa está concorrendo em uma licitação que pode resultar na instalação de uma fábrica de aeronaves na Índia. "Esse tem o potencial de ser o maior contrato da história da Embraer", disse Márcio Monteiro, vice-presidente de Inteligência de Mercado da Embraer Defesa e Segurança.

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O centro da proposta é o cargueiro militar C390 Millennium, cotado para substituir a frota de transporte médio da Força Aérea Indiana. Monteiro também apontou oportunidades na aviação comercial, especialmente com os jatos da linha E2, que atendem até 150 passageiros.