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Veja o que se sabe sobre o atentado suicida na praça dos Três Poderes

Imagens mostram executor do ataque arremessando explosivos contra a estátua da Justiça. PF investiga possível ligação com '8 de janeiro'

Veja o que se sabe sobre o atentado suicida na praça dos Três Poderes
Policiais fazem perícia no corpo de Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, em frente ao STF - Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
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Francisco Wanderley Luiz detonou explosivos na Praça dos Três Poderes, em Brasília, na noite desta quarta-feira (14), colocando o governo federal em alerta. A Polícia Federal (PF), responsável pelas investigações, acredita que o ataque foi planejado, com indícios de motivação política. O autor morreu em uma das explosões.

+Imprensa internacional repercute explosões na Praça dos Três Poderes

O momento em que Francisco se aproxima do Supremo Tribunal Federal (STF) foi registrado por câmeras de segurança. Nas imagens, ele se dirige à estátua da Justiça e arremessa algo contra o monumento. Segundos depois, um segurança da Polícia Judiciária o aborda. Em seguida, o suspeito recua e lança explosivos na direção do STF.

+ Assista as imagens do atentado aqui O ministro Alexandre de Moraes, do STF, afirmou que as explosões são resultado do ódio político que se espalhou pelo Brasil nos últimos anos e não representam um "fato isolado".

Abaixo, acompanhe o que se já sabe sobre o atentado:

Quem era o autor

Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, era chaveiro em Rio do Sul, cidade com 72 mil habitantes, na região do Alto Vale do Itajaí, a 200 km de Florianópolis, Santa Catarina.

Em 2020, ele se candidatou a vereador sob o nome 'Tiu França', mas obteve apenas 98 votos e não foi eleito. Ele disputou a eleição pelo Partido Liberal (PL), o mesmo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Na declaração ao Tribunal Superior Eleitoral, Francisco informou um patrimônio de R$ 263 mil, incluindo uma moto, três carros e um prédio de dois andares em Rio do Sul.

As contas que ele tinha no Facebook e no Instagram foram removidas. Segundo a investigação, além de arremessar os artefatos explosivos, Francisco era o dono do veículo que também explodiu perto do Supremo.

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As motivações

O ministro Alexandre de Moraes apontou para o ódio político que se instalou no país nos últimos anos e que o fato não se trata de algo isolado. Vale lembrar que, em 8 de janeiro de 2023, centenas de pessoas invadiram e depredaram os prédios do governo federal. A Polícia Federal investiga se há relação entre os casos e se teve motivação política.

+PF diz que atentado suicida no STF foi planejado e investiga quem ajudou autor A ex-mulher de Francisco Wanderley Luiz, identificada como Daiana, revelou à PF que o plano do ex-marido era assassinar o ministro Alexandre de Moraes. A declaração foi feita a agentes do órgão no interior de Santa Catarina, onde ela e outros familiares de Wanderley Luiz foram localizados.

Questionada se o plano deu errado, Daiane conclui que Francisco tirou a própria vida porque "descobriram o que ele ia fazer e ele foi obrigado a se matar".

+Alexandre de Moraes era o alvo de autor de explosões em Brasília, diz ex-esposa

As investigações, até o momento, já mostraram que Francisco estava em Brasília há alguns dias, hospedado em uma casa alugada. No local, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) encontrou artefatos explosivos.

Os agentes também encontraram canos, brocas e parafusos na quitinete, o que pode indicar a produção artesanal de explosivos. Há sinais de um planejamento de longo prazo para o ataque.

+Polícia encontra explosivos na casa de homem morto na Praça dos Três Poderes

Outra linha de investigação é o possível vínculo do crime com os golpistas de 8 de janeiro, que vêm sendo investigado desde 2023 pelo STF. "Apreendemos material explosivo na residência dele e um telefone celular, que pode ser um caminho importante para avançarmos na investigação", afirmou o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues.

+Polícia Rodoviária Federal intensifica fiscalização em rodovias do DF após explosões em Brasília

Manifestação de autoridades

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, condenou o atentado nas proximidades da Corte, em que um homem morreu após a explosão de uma bomba, e pediu por uma pacificação política no país sem deixar de lado a punição dos que agirem contra a democracia.

“A gravidade do atentado de ontem nos alerta para a preocupante realidade que persiste no Brasil: a ideia de aplacar e deslegitimar a democracia e suas instituições numa perspectiva autoritária e não pluralista de exercício do poder, inspirada pela intolerância, pela violência e pela desinformação”, declarou Barroso.

O ministro que está há mais tempo na Corte, Gilmar Mendes, também condenou os ataques e afirmou que a ação de quinta-feira não seria um fato isolado. O ministro ainda afirmou que ações que colaboram para atos extremos foram estimuladas pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“A reconstrução histórica dos últimos acontecimentos nacionais demonstra que o ocorrido na noite de ontem não é um fato isolado. Muito embora o extremismo e a intolerância tenham atingido o paroxismo em 8 de janeiro de 2023, a ideologia rasteira que inspirou a tentativa de golpe de Estado não surgiu subitamente. Pelo contrário, o ódio, o fanatismo político e a indústria de desinformação foram largamente estimulados pelo governo anterior”, destacou.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou uma nota no X (antigoTwitter) sobre a explosão na Praça dos Três Poderes, na noite de quarta (13). No texto, Bolsonaro diz que já “passou da hora de o Brasil voltar a cultivar um ambiente adequado para que as diferentes ideias possam se confrontar pacificamente, e que a força dos argumentos valha mais que o argumento da força”.

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