PF diz que atentado suicida no STF foi planejado e investiga quem ajudou autor
Apuração mira ato terrorista e elo com golpistas do 8/1, diz chefe da PF; policiais encontraram em casa no DF, simulacros de bombas, mensagens e armadilhas
O atentado a bomba suicida na Praça dos Três Poderes, em Brasília na quarta-feira (13), foi um plano que tinha como alvos identificados ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), conforme o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues. Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (14), Rodrigues que as investigações buscam possíveis parceiros e financiadores do autor das explosões.
"Entendemos que o episódio de ontem não é um fato isolado, mas tem conexão com outros fatos que a PF está investigando", disse o diretor-geral da PF. Com ele, estavam o delegado Flávio Coca, que conduz o inquérito, e o superintendente da PF no Distrito Federal, José Perez.
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Segundo o chefe da PF, duas vertentes são consideradas como motivo do crime: ato terrorista ou atentado violento ao Estado Democrático de Direito.
Fransisco Wasnderley Luiz, de 59 anos, era chaveiro no interior de Santa Catarina, foi candidato a vereador pelo PL em 2000 e registrou ameaças em seus perfis de rede social. Segundo a PF, ele estaria morando em Brasília há pelo menos quatro meses.
O autor, que se matou com uma das bombas, alugou uma casa em Ceilândia, cidade satélite de Brasília, e um trailer do tipo food truck que estava perto do carro dele, no estacioanamento do Congresso - que explicou também. "Há indícios de um planejamento de longo prazo. Essa pessoa já esteve em outras oportunidades em Brasília."
Rodrigues disse que depoimento da mulher indicou que Francisco Luiz esteve em Brasília no começo de 2023. "Ainda é cedo para dizer se ela estava nos atos de 8 de Janeiro". Mas segundo o diretor-geral da PF, há indícios de vínculo com "grupos radicais que queriam matar ministros da Suprema Corte".
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"Não sabemos ainda a motivação do crime. Estamos trabalhando com as hipóteses de uma ação terrorista e de abolição violenta do estado democrático de direito. Esse caso se conecta com outras investigações da PF que a partir dessa msg mto clara deixada pela pessoa q se matou ontem, há conexões e vamos trabalhar pra elucidar esse episódio."
Foram duas explosões na noite dessa quarta-feira (13), na Praça dos Três Poderes, onde está o STF e também o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto, sede do governo federal.
"Não estamos falando de pessoas que quebraram um quadro ou uma cadeira. Estamos falando de ações gravíssimas, terroristas, de tentativa de homicídio, armadilhas para matar policiais."
A unidade antiterrorismo da PF está atuando no caso e o diretor-geral cobrou agilidade. Os policiais estãou analisando imagens do circuito de cameras do STF, ouvindo familiares, analkisando as redes sociais do autor, contas, material usado entre outros.
As bombas que exploridaram e as encontradas sem detonação foram feitas com fogos de artifício e tubos. A PF encontrou ainda um dispositivo próximo ao corpo "que parece ser o detonador" usado para acionar a explosão no carro.