Autor de explosão em Brasília foi a gabinete de deputado em agosto
Francisco Wanderley Luiz morreu durante explosão de uma bomba que ele próprio detonou na Praça dos Três Poderes, na noite de quarta
Guilherme Resck
O homem responsável por detonar bombas em frente ao Palácio do Supremo Tribunal Federal (STF) na noite de quarta-feira (13) e que morreu atingido por um dos explosivos esteve no gabinete de um deputado federal, na Câmara dos Deputados, em agosto deste ano.
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Francisco Wanderley Luiz e o deputado Jorge Goetten (Republicanos-SC) se conheceram, há anos, na cidade de Rio do Sul, onde o parlamentar morou na juventude. Em agosto, Francisco foi ao gabinete de Goetten para conversar com ele, mas o congressista estava em Santa Catarina.
Antes disso, em maio de 2023, eles se encontraram e conversaram no gabinete na Câmara, conforme relatou o próprio parlamentar em nota divulgada nesta quinta-feira (14) em sua conta no Instagram. Ao SBT News, a assessoria de imprensa do deputado disse que eles não chegaram a falar de política naquela ocasião; conversaram sobre "trivialidades".
No nota publicada na rede social, Goetten lamenta "profundamente" os acontecimentos da última noite nas proximidades do Supremo Tribunal Federal. "Em nome da empatia e da solidariedade, me coloco à disposição da família neste momento de dor", pontua.
Além disso, lamenta "qualquer ato violento, principalmente aqueles que colocam a vida de terceiros em risco".
Francisco Wanderley Luiz disputou o cargo de vereador em 2020 pelo Partido Liberal (PL), em Santa Catarina, não foi eleito e recebeu 98 votos. Segundo a investigação do episódio na noite de terça-feira, Francisco não só detonou as bombas na Praça dos Três Poderes, mas também era o proprietário do veículo que explodiu nas proximidades do STF ontem à noite.
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À reportagem, a Câmara dos Deputados informou que o homem esteve na manhã desta quarta no Anexo IV da Casa. "Entrou às 8h15, foi ao banheiro e logo saiu. Foi feita varredura em todos os locais por que ele passou e nada foi encontrado", acrescenta o comunicado.
Ainda de acordo com a Câmara, desde as explosões, as medidas de segurança foram reforçadas. "A varredura na Casa, e adjacências, ocorreu durante toda a madrugada e na manhã desta quinta, inclusive com cães. Nenhuma bomba foi encontrada".
A Câmara ressalta que "estão previstas outras varreduras como medida preventiva". O expediente na Casa retornou às 12h desta quinta, "após as providências necessárias em uma situação como a ocorrida". A nota conclui dizendo que as investigações sobre as explosões estão em andamento e que "a Polícia Legislativa trabalha em colaboração com as outras forças policiais".