Imprensa internacional repercute explosões na Praça dos Três Poderes; veja o que se sabe
Estrondos foram ouvidos em frente ao STF e no estacionamento do Anexo 4 da Câmara; suspeito morreu
Camila Stucaluc
As explosões na Praça dos Três Poderes, em Brasília, receberam destaque na imprensa internacional nesta quinta-feira (14). Veículos de comunicação de diferentes partes do mundo repercutiram o ocorrido, que deixou um morto e provocou o isolamento do local. Ao todo, foram duas explosões, com um intervalo de cerca de 20 segundos.
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A agência norte-americana Associated Press foi uma das primeiras a publicar o caso, ao lado das britânicas BBC e The Guardian. O francês Le Monde também destacou as explosões na página inicial do site, assim como os argentinos Clarín e La Nacion, que enfatizaram a ordem de evacuação e segurança redobrada no local.
A Reuters, por sua vez, chamou a atenção para a data do ataque. Na publicação, a agência de notícias diz que as explosões ocorreram cinco dias antes da reunião dos chefes de Estado do G20, marcada para 18 de novembro, no Rio de Janeiro. Ainda foi citado que a Praça dos Três Poderes foi palco de tumultos no dia 8 de janeiro de 2023.
O que se sabe sobre o caso?
Duas explosões ocorreram na quarta-feira (13) na Praça dos Três Poderes, onde ficam os prédios do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF). Por volta das 19h30, um carro explodiu no estacionamento que fica entre o STF e o anexo 4 da Câmara. Depois, uma segunda explosão foi ouvida na frente do STF.
Segundo a Polícia Civil, um homem, identificado como Francisco Wanderley Luiz, morreu na segunda explosão. Ele, que foi candidato a vereador em Rio Sul (SC) pelo PL, é apontado como o principal suspeito, já que o veículo que explodiu estava em seu nome.
Ministros e funcionários deixaram o prédio do STF rapidamente depois das explosões. Na Câmara, a sessão foi encerrada após pedidos de congressistas. Membros do Exército e do Batalhão da Guarda Presidencial reforçaram a segurança dos palácios do Planalto e da Alvorada. A Companhia de Choque do Exército também foi acionada.
Em depoimento à polícia, testemunhas afirmaram que o homem tentou entrar no prédio do STF antes da explosão. Como não conseguiu, ele ficou parado em frente à estátua “A Justiça”. Depois, colocou a mochila que carregava no chão e tirou um extintor, uma blusa – que lançou contra a estátua –, e alguns artefatos.
Um segurança do STF chegou a se aproximar, mas o homem o advertiu, tirando a camisa e mostrando algo semelhante a um relógio digital – o que fez o agente suspeitar de ameaça de bomba. Em seguida, o homem lançou dois dos três artefatos, que explodiram. Ele, então, se deitou no chão, acendeu o último artefato, colocou embaixo da cabeça “como um travesseiro” e aguardou a explosão.
O esquadrão antibombas foi acionado para fazer uma varredura e verificar a existência de outros explosivos nos arredores da Praça dos Três Poderes, inclusive em veículos parados no estacionamento e no corpo do homem que morreu. A equipe de perícia também foi chamada ao local, dando início às primeiras providências investigativas.
Ameaça nas redes sociais
A Polícia Civil disse que está apurando se o homem que morreu após explosão é o autor de ameaças contra autoridades nas redes sociais. Segundo os agentes, o homem teria compartilhado mensagens pelo aplicativo WhatsApp que antecipavam o ataque.
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Com isso, profissionais do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) iniciaram uma apuração para tentar identificar se o homem agiu sozinho ou foi orientado por alguém. A apuração para saber se ele é um "lobo solitário", conforme profissionais do GSI, é importante para identificar se ele faz parte ou não de um dos 250 grupos extremistas identificados pelos investigadores e que agem na região Sul do Brasil.