PM absolvido por morte de Leandro Lo é reintegrado à corporação
Henrique Otávio Oliveira Velozo foi apresentado à polícia nesta semana e retornou à patente de tenente


Camila Stucaluc
Sofia Pilagallo
O policial militar Henrique Otávio Oliveira Velozo, absolvido pelo homicídio do campeão mundial de jíu-jitsu Leandro Lo, foi reintegrado à Polícia Militar de São Paulo (PMESP). Ele foi apresentado à corporação nesta semana e retomou a sua patente de tenente.
Velozo foi demitido da corporação em setembro deste ano, em decreto assinado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Na época, o político justificou a demissão pela “prática de ato ou atos que revelem incompatibilidade com a função de policial militar”, conforme sustentado pelo Tribunal de Justiça Militar de São Paulo.
Leandro Lo morreu em agosto de 2022, após uma confusão durante um show de pagode num clube da zona sul de São Paulo. As investigações mostraram que Velozo, que estava de folga e em trajes civis, se desentendeu com o lutador e atirou contra ele na cabeça. O atleta chegou a ser socorrido, mas não resistiu.
O PM fugiu do local e se apresentou à Corregedoria da Polícia Militar no dia seguinte. Ele foi preso preventivamente e acusado de homicídio triplamente qualificado pela promotoria, que esperava uma condenação de pelo menos 20 anos de prisão em razão das qualificadoras do crime: motivo torpe; com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel; e à traição, de emboscada
Na reconstituição do caso, testemunhas contaram que o policial militar foi imobilizado pelo lutador durante a discussão, mas atirou contra Leandro assim que foi solto. Ao cair no chão, o lutador ainda foi agredido pelo agente com dois chutes no rosto. A defesa sustentou a tese de legítima defesa, que foi acatada pelo júri na última sexta-feira (12).
Após a sentença, Velozo deixou a prisão, encerrando mais de três anos e três meses de encarceramento preventivo. Dias depois, o PM publicou um vídeo nas redes sociais pedindo perdão à família e aos amigos de Leandro. Na gravação, ele afirma que “teve que sujar a mão” para “preservar a própria vida”. “Gostaria de esclarecer que, nesse trágico dia, fui colocado em um limite, um limite que eu não gostaria de estar”, disse.
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A família de Leandro ainda não se pronunciou sobre a declaração de Velozo. A última manifestação da família ocorreu no dia da decisão do júri, quando a mãe do atleta, Fátima Lo, afirmou que iria recorrer da absolvição do PM. “Tristeza e indignação. Enterrei o Leandro pela segunda vez”, lamentou ela.









