PM absolvido por matar Leandro Lo pede perdão à família do lutador: 'Tive que sujar minha mão'
Henrique Otávio de Oliveira Velozo afirma ter agido em legítima defesa; no julgamento, a versão dele dos fatos foi aceita por 4 dos 7 jurados

Sofia Pilagallo
O policial militar Henrique Otávio de Oliveira Velozo, absolvido por matar Leandro Lo com um tiro na cabeça, pediu perdão aos familiares e amigos do lutador de jiu-jitsu e afirmou que teve que "sujar a mão" para "preservar" sua vida. O pedido de perdão foi registrado em vídeo e publicado no Instagram pelo advogado Cláudio Dalledone, que atuou na defesa de Velozo no caso.
"Vim aqui para pedir perdão. Estive durante três anos e três meses encarcerado e hoje posso dizer que tive uma experiência única e um encontro genuíno com um Deus forte, um Deus poderoso — que eu já conhecia, mas que hoje posso falar com toda a certeza e convicção de que Ele é comigo e está na minha vida", disse Velozo.
"Em nome dEle, preciso fazer um pedido, que é um pedido de perdão aos familiares, à mãe, ao pai, à irmã, aos amigos e a todas as pessoas que amavam o Leandro Lo. Mas também gostaria de esclarecer que, nesse trágico dia, fui colocado em um limite, um limite que eu não gostaria de estar [ter estado]. Tive, infelizmente, que sujar minha mão para poder preservar minha vida", acrescentou.
Após a absolvição de Velozo, Fátima afirmou que o sentimento era de "tristeza e indignação" e que iria recorrer da decisão. Ela disse que enfrentar a sentença do júri popular que inocentou o PM foi como enterrar o filho pela segunda vez. O policial foi acusado de homicídio triplamente qualificado e a expectativa do Ministério Público era de que ele fosse condenado a pelo menos 20 anos de prisão.
O crime ocorreu em 7 de agosto de 2022, durante um show de pagode num clube da zona sul de São Paulo. Na reconstituição do caso, testemunhas contaram que Velozo foi imobilizado por Lo durante uma discussão e atirou contra o lutador assim que foi solto. Ao cair no chão, o atleta ainda teria sido agredido pelo PM com dois chutes. No julgamento, o policial alegou legítima defesa, versão aceita por quatro dos sete jurados.









