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Oruam tem pedido de devolução de bens apreendidos negado pelo STJ; artista permanece preso

Cantor está detido desde 22 de julho de 2025, acusado de diversas práticas criminosas

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Oruam responde por sete crimes | Reprodução
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O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou o pedido da defesa do rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido como Oruam, para a devolução de bens apreendidos do cantor. O artista está preso desde 22 de julho de 2025, acusado de diversas práticas criminosas, entre elas disparo de arma de fogo em condomínio, resistência qualificada, associação ao tráfico, ameaça, lesão corporal, desacato e dano ao patrimônio público.

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A decisão foi tomada na última terça-feira (12) pelo ministro Rogério Schietti Cruz. No pedido de habeas corpus, a defesa do cantor solicitou a devolução de bens apreendidos durante a investigação, alegando que os itens não tinham relação com o mandado judicial e que incluíam objetos de familiares e terceiros.

Segundo o STJ, o ministro Rogério Schietti Cruz entendeu que o pedido é incabível, pois a discussão não aponta ameaça ao direito de locomoção, mas apenas trata da restituição de bens apreendidos.

Ainda de acordo com o magistrado, os objetos permanecem como medida assecuratória, necessários ao andamento do processo, e poderão ser devolvidos ao término da investigação, caso seja comprovada sua origem lícita.

+ Oruam: ficha criminal do cantor consta classificação para alto grau de periculosidade

Oruam responde por sete crimes, entre eles: desacato, resistência, ameaça, lesão corporal, tráfico de drogas e associação para o tráfico. Ele está preso na Penitenciária Dr. Serrano Neves, no Complexo de Gericinó (Bangu 3), onde também estão alguns dos principais líderes da facção Comando Vermelho (CV).

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Processo por tentativa de homicídio

No dia 30 de julho, Oruam e o amigo Willyam Matheus Vianna Rodrigues Vieira se tornaram réus por tentativa de homicídio qualificado. Segundo o MP, ainda no dia 20 de fevereiro, os dois, junto a outros ainda não identificados, atiraram pedras de até 4,85 kg contra policiais, a partir da varanda da casa, após um adolescente ser apreendido durante uma operação na residência do rapper.

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Uma das pedras atingiu o delegado Moysés Santana. O cantor afirmou posteriormente que não sabia do que se tratava a ação e pediu desculpa ao delegado.

Relação com Comando Vermelho

Outras denúncias contra o rapper apontam vínculos com lideranças de facções criminosas e mediação de conversas entre o chefe do Comando Vermelho, o Doca, e rivais do Terceiro Comando Puro (TCP), segundo a Polícia Civil. As informações são do relatório de inteligência da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) e foram obtidas com exclusividade pelo repórter Bruno Assunção, do SBT Rio.

+ Oruam mediou chamadas de vídeo entre chefes de facções rivais: "agente articulador", diz polícia

Para a polícia, Oruam "exerce função de destaque, com acesso privilegiado e respeitabilidade dentro do universo criminoso, seja como financiador, intermediador, símbolo de status ou mesmo como agente operacional" do tráfico.

Dias antes da confusão ocorrida na frente da mansão do rapper, vazaram prints de chamadas de vídeo em que Oruam aparece ao lado de Doca, conversando com "Cocão" e "Coelhão", chefes do tráfico da comunidade da Serrinha, em Madureira.

A favela é comandada pelo TCP, facção rival do Comando Vermelho. Outras imagens de conversas com o traficante "Rabicó", chefe do Complexo do Salgueiro, também vieram à tona.

Oruam em entrevista exclusiva ao SBT antes de se apresentar à polícia | SBT
Oruam em entrevista exclusiva ao SBT antes de se apresentar à polícia | SBT

"Não sou bandido", diz rapper

Em entrevista exclusiva ao SBT, antes de se apresentar à polícia, Oruam negou qualquer envolvimento com o crime organizado e comentou a confusão ocorrida em frente à sua casa. Veja aqui.

"Não sou bandido, tudo o que eles querem é que eu fique aqui, mas eu não sou bandido, então vou me entregar", afirmou. "Eu tava saindo de casa, do nada vi um carro saindo muito voado e saiu falando: 'Perdeu, perdeu', totalmente descaracterizado. Eu não entendia o que tava acontecendo", disse o rapper ao relembrar o momento.

Quem é Oruam?

Oruam tem 24 anos e é filho de Marcinho VP, um dos chefes do Comando Vermelho, condenado a 44 anos de prisão por homicídio, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O rapper, no entanto, nega qualquer ligação com o tráfico de drogas ou o crime organizado no Rio.

"Tudo o que eu conquistei foi com minha música", afirmou o cantor em vídeo publicado nas redes sociais.

Com estilo ostentador e sucesso nas plataformas, ele soma mais de 10 milhões de ouvintes mensais no Spotify. Nas redes sociais, mantém uma base de fãs engajada: sua conta principal no Instagram foi derrubada, mas o perfil reserva já acumula mais de 2,1 milhões de seguidores.

Conhecida como "Tropa do Oruam", a base de fãs acompanha o artista até mesmo em confrontos com a Justiça. Em fevereiro, quando foi levado para a Cidade da Polícia, saiu sob gritos e aplausos de admiradores.

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