Assista: ao Perspectivas, Cida Gonçalves atribui aumento do feminicídio à escalada do discurso de ódio
Em entrevista ao SBT News, a ministra ainda falou sobre Agosto Lilás, PL do Aborto e outros temas
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, é a convidada desta quinta-feira (25) do programa Perspectivas e conversou com a jornalista Nathalia Fruet sobre o aumento do feminicídio, a campanha Agosto Lilás e PL do Aborto, entre outros temas. Assista no site e no canal do SBT News no YouTube.
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Feminicídio
Na entrevista, a ministra atribuiu a alta nos casos de feminicídio no Brasil à escalada do discurso de ódio. Um homicídio recebe essa qualificação quando é cometido contra uma mulher por motivação de gênero.
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"Nós temos o aumento do feminicídio. Você pode discutir os dados sobre boletins de ocorrência, medidas protetivas, mas feminicídio, não. Ele aumentou de fato. Então, nós precisamos discutir isso, fazer com que a sociedade veja isso. Nós estamos em uma mudança de comportamento e de cultura, que está trazendo o ódio e a intolerância para dentro de casa. Esse debate tem que ser feito. [...] Precisamos construir no país uma cultura de valorização, de respeito ao outro. E isso vai contribuir para zerar o feminicídio", pontuou ela.
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Em 2023, o Brasil registrou 1.463 assassinatos de mulheres por questões de gênero, uma alta de 1,6% em relação ao número registrado no ano anterior. O levantamento foi divulgado em março de 2024, pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Agosto Lilás
Ainda tratando da violência contra a mulher, a ministra comentou sobre a campanha Agosto Lilás, que promove ações de combate aos crimes de gênero e que incentivam a conscientização sobre o tema.
Segundo Gonçalves, o lema da campanha de 2024, que começa já na próxima semana, será "feminicídio zero".
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"Neste Agosto Lilás, estamos trabalhando com a questão do feminicídio zero. É uma mobilização nacional. Assim como o [sociólogo e ativista dos direitos humanos] Betinho lançou o Fome Zero na década de 1980. Agora, nós queremos discutir com a sociedade brasileira esse tema, porque a decisão pelo fim da violência contra as mulheres passa por alguns elementos. Um deles é a implementação de políticas públicas, o segundo é a garantia de acesso à Justiça e o terceiro é a reação da sociedade. As pessoas precisam se envolver, precisam falar sobre isso", declarou a ministra.