Tencent anuncia planos para o Brasil em coletiva de CrossFire Legends
Empresa detalhou estratégia para eSports e expansão da franquia no país durante conferência, na última segunda-feira (24)

Vinícius Gobira
A Tencent Games realizou, na última segunda-feira (24), uma coletiva de imprensa dedicada ao futuro de CrossFire Legends. A apresentação foi conduzida por Jiahao Lin, CrossFire Esports Brand Lead, e John Shen, Senior PR Manager da Tencent.
Durante o encontro, os executivos revelaram não apenas detalhes técnicos da nova fase de CrossFire, mas também a estratégia global por trás da franquia e o papel do Brasil no plano de expansão. Lin e Shen comentaram ainda sobre a adesão do jogo à causa ambiental, incluindo iniciativas ligadas à COP30, e como essas pautas passam a integrar oficialmente o universo do jogo.
A Tencent e seu peso na indústria global de games
Maior empresa de games do mundo em receita, a Tencent é responsável por alguns dos títulos mais populares do planeta, seja por propriedade total ou investimento. Entre seus maiores sucessos estão League of Legends, Valorant, PUBG Mobile e Honor of Kings, além de mais de uma centena de jogos ativos em diversas plataformas.
Esse ecossistema coloca a companhia em posição privilegiada para expandir e sustentar marcas globais como CrossFire.
A trajetória de CrossFire e sua relevância mundial
CrossFire nasceu em 2008 como FPS para PC e rapidamente se tornou um fenômeno na Ásia. Em dezenas de mercados, o jogo liderou rankings de popularidade e eSports, acumulando dezenas de milhões de usuários simultâneos ao longo dos anos. A IP cresceu para além do jogo principal, incluindo versão mobile (2016), websérie (2020), mini game sem instalação, modo competitivo CFHD e ativos transmídia como HeartShot e personagens virtuais.
Brasil como prioridade: o plano apresentado na coletiva
Logo nos primeiros minutos da coletiva, Jiahao Lin reforçou que o Brasil é tratado internamente como um dos mercados estratégicos mais importantes para CrossFire Legends. Embora o lançamento inicial ocorra na Ásia, a chegada à América Latina deve chegar em seguida, com o Brasil como porta de entrada.
Segundo os executivos, não se trata de simplesmente lançar o jogo, mas de construir um ecossistema duradouro. A Tencent pretende:
- Estruturar um ambiente competitivo sustentável;
- Criar regras claras e um sistema de torneios progressivo;
- Investir em mídia, clubes e influenciadores;
- Desenvolver narrativas que estimulem jogadores a acompanhar o cenário;
- Facilitar a formação de novos atletas, do amador ao profissional.
Antes das ligas profissionais, haverá competições internas para testar formatos e garantir que o jogo opere de forma estável e engajada no país.
Identidade brasileira: celebridades, esports e comunidade
Ao ser questionada sobre possíveis parcerias com figuras brasileiras, como Neymar, Alok ou Anitta, comuns em outros títulos, a Tencent afirmou que considerar celebridades faz parte da estratégia, mas o foco principal é criar uma identidade realmente brasileira dentro do ecossistema de eSports.
Isso inclui torneios regionais, ativações locais e iniciativas que aproximem jogadores, influenciadores e equipes. A ideia é que a comunidade perceba que CrossFire Legends está sendo moldado não apenas para o país, mas com o país.
Sustentabilidade, COP30 e o pilar ambiental da franquia
Um dos temas mais fortes da coletiva foi a presença de iniciativas ambientais integradas ao universo de CrossFire. A Tencent apresentou o conceito “Play for Ice; Tech for Ice”, que transforma o jogo em uma ferramenta para conscientização e impacto social real.
Entre os destaques está o documentário “Glacier Guardian Prelude”, que acompanha a ida de jogadores profissionais ao Glaciar Tianshan nº 1, na China, como parte de um projeto ecológico vinculado a uma fundação local. A empresa destacou que se trata de uma frente de longo prazo, em construção há cerca de dez anos, com foco em:
- Ação ecológica;
- Educação ambiental;
- Engajamento de comunidades jovens;
- Uso de games como instrumento de impacto.
Quando perguntados sobre possíveis causas ambientais no Brasil, os executivos revelaram que existe interesse em criar iniciativas relacionadas a biomas específicos, como Amazônia e regiões insulares, conectando times e competições a causas ambientais locais.
Feedback e o que chega ao Brasil
O plano inclui três modos principais de jogo: Search & Destroy (clássico 5v5 tático, dividido entre Black List e Global Risk, com foco em estratégia, execução e leitura de jogo), Mutation Mode (confronto caótico entre soldados e mutantes, com ritmo acelerado e partidas imprevisíveis) e Team Deathmatch (trocação pura com respawns rápidos e foco total na performance individual e no ritmo frenético).
Respondendo às dúvidas sobre itens pagos, a Tencent garantiu que não haverá elementos pay to win. Haverá cosméticos, armas e equipamentos, mas sem vantagens injustas que comprometam o equilíbrio do jogo, especialmente no competitivo.
Outro ponto enfatizado na coletiva é que as atualizações dependerão diretamente da comunidade. A Tencent planeja abrir, em breve, a conta global de testes, convidando jogadores brasileiros e criadores de conteúdo a participar do desenvolvimento e reportar melhorias. Segundo Jiahao Lin, “qualquer decisão precisa estar alinhada com quem joga”.
O Brasil no centro do futuro de CrossFire
A coletiva de 24 de novembro deixou claro que a Tencent está preparando um plano robusto para o país. A combinação de competitividade, identidade brasileira e responsabilidade ambiental reforça que CrossFire Legends chega como um projeto estratégico de longo prazo.
Para um FPS que, há 17 anos, domina regiões inteiras da Ásia, o próximo grande objetivo é claro: construir um ecossistema sólido no Brasil, capaz de unir jogadores, comunidade, esports e causas sociais em torno de um mesmo universo.







