Por que organização de saúde aumentou alerta contra a febre oropouche?
Saiba quais são os sintomas da doença, como se prevenir e possível tratamento
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) emitiu neste sábado (2) um novo alerta aumentando o risco epidemiológico para a febre oropouche no continente americano. A decisão veio após a doença avançar para regiões não endêmicas. Outros dois fatores também pesaram. O Ministério da Saúde confirmou duas mortes pela doença no interior da Bahia e também atestou a primeira morte de um feto, em Pernambuco. A gestante estava na 30ª semana de gravidez.
O documento orienta que os países, principalmente da América Latina, reforcem a vigilância e implementem o diagnóstico laboratorial do vírus oropouche.
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De acordo com o Ministério da Saúde, outros oito casos de transmissão vertical, ou seja, de mãe para filho, estão sendo investigados: 4 em Pernambuco, 1 na Bahia e 3 no Acre. Quatro desses casos evoluíram para óbito e quatro apresentaram anomalias congênitas, como a microcefalia. Especialistas tentam descobrir se existe relação entre a doença e casos de malformação do feto ou abortamento.
No Brasil, a doença aumentou mais de 700% este ano, comparado a 2023, e quase um quarto dos casos é de regiões não endêmicas. A Amazônia, área endêmica para a oropouche, concentra 76% dos casos registrados no país até fim de julho. O estado do Amazonas tem 3.224 casos registrados e Rondônia, 1.709.
Fora dessa região, a Bahia já tem mais de 830 casos, o Espírito Santo, mais de 420 e Santa Catarina chegou a 165 casos.
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Oropouche x dengue
Em fevereiro deste ano, a Secretária Municipal de Saúde de Manaus (Semsa) informou que um adolescente de 15 anos morreu por uma infecção simultânea de dengue e febre oropouche. As duas doenças apresentam sintomas bem parecidos e costumam ocorrer em períodos semelhantes, segundo especialistas entrevistados pelo SBT News.
O que é a febre oropouche?
Segundo o infectologista Marcelo Neubauer, a doença é uma arbovirose transmitida pela picada de um borrachudo, o Culicoides Paraense, em um mecanismo de transmissão parecido com o da dengue. A grande diferença entre as duas, segundo o especialista, é que a oropouche conta com animais na natureza que podem ser seus hospedeiros. No caso da oropouche, a contaminação também estava mais contida a áreas endêmicas, como a Amazônia, mas isso tem mudado neste ano.
O quadro sintomático também é parecido com a dengue.
Sintomas:
- Febre;
- Mal-estar;
- Dores no corpo e na cabeça;
- Artralgia (dor nas articulações);
- Diarreia;
- Tontura;
- Náusea.
O infectologista Werciley Vieira Jr disse que as dores no corpo na febre oropouche costumam ser mais intensas do que na dengue. No entanto, ele reitera que não é possível fazer o diagnóstico apenas observando o quadro sintomático do paciente. É preciso fazer testes específicos.
Diagnóstico
O exame PCR (reação em cadeia da polimerase) possibilita a identificação do vírus no sangue e os testes sorológicos lgG e lgM mostram a presença de anticorpos específicos, também no sangue.
Prevenção
A prevenção é parecida com os casos de dengue, chikungunya e outras doenças causadas pela picada do mosquito: uso de repelentes, blusa de manga longa e calça comprida em áreas de mata, além de telas e mosqueteiros.
Sinais de alerta
Os principais indícios que devem deixar as pessoas atentas são náusea, vômito e dor incontrolável. Pessoas imunossuprimidas, idosos, crianças e pessoas com comorbidades têm maior chance de complicações associadas à doença, segundo Vieira Jr.
Tratamento
Ainda não existe um tratamento específico para a doença, no entanto, ele deve ser focado em aliviar os sintomas. O paciente também deve se manter hidratado.
*Com informações da Agência Brasil