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Governo de São Paulo confirma dois casos de febre oropouche no estado

Eles foram identificados em Cajati, município da região do Vale do Ribeira no interior de São Paulo

Governo de São Paulo confirma dois casos de febre oropouche no estado
Segundo o infectologista Marcelo Neubauer, a doença é uma arbovirose transmitida pela picada de um borrachudo, o Culicoides Paraense | Reprodução
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A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) confirmou, nesta quinta-feira (1), que o estado teve os primeiros casos de febre oropouche, doença causada pela picada do "mosquito pólvora".

Eles foram identificados em Cajati, município da região do Vale do Ribeira, no interior de São Paulo.

De acordo com a Secretaria, os casos são "autóctones", ou seja, o paciente foi infectado pela doença no próprio local onde vive, sem histórico de deslocamento para outras regiões.

+ Febre oropouche: Ministério da Saúde diz que mortes no Brasil são primeiras do mundo

Os dois casos foram atendidos por uma das Unidades Sentinelas do estado de São Paulo, responsáveis pelo monitoramento das arboviroses (doenças causadas por vírus transmitidos, principalmente, por mosquitos). Os pacientes apresentavam sintomas semelhantes aos da dengue e são de uma área rural.

Na Bahia, duas mortes pela doença foram confirmadas, sendo a última no dia 22 de julho. O Ministério da Saúde informou que os falecimentos seriam os primeiros no mundo, pois até o momento, não havia relato na literatura científica mundial sobre a ocorrência de óbito pela doença.

+ Febre oropouche em gestantes pode estar associada a casos de microcefalia em bebês; entenda

O que é a febre oropouche?

Segundo o infectologista Marcelo Neubauer, a doença é uma arbovirose transmitida pela picada de um borrachudo, o Culicoides Paraense, e apresenta um mecanismo de transmissão parecido com o da dengue. A grande diferença entre as duas, segundo o especialista, é que a oropouche conta com animais que podem ser seus hospedeiros. No caso da oropouche também, a contaminação acontece apenas em algumas áreas do país que são endêmicas, como a Amazônia, por exemplo.

A febre oropouche foi identificada pela primeira vez no Brasil em 1960. Depois disso, foram relatados casos isolados e surtos, principalmente na região amazônica. Também ocorreram registros da doença no Panamá, na Argentina, Bolívia, no Equador, Peru e na Venezuela. Com a ampliação da investigação da infecção no país, foram confirmados 7.044 casos, com transmissão local em 16 estados.

Em 2024, o país já registrou 7.236 casos, o que representa uma alta de 766,6% em relação ao número apresentado em 2024.

Sintomas da febre oropuche

Os sintomas são parecidos com os da dengue:

  • Febre;
  • Mal-estar;
  • Dores no corpo e na cabeça;
  • Artralgia (dores nas articulações);
  • Diarreia;
  • Tontura;
  • Náusea.

O infectologista Werciley Vieira Jr, disse que as dores no corpo na febre oropouche costumam ser mais intensas do que na dengue. No entanto, ele reitera que não é possível fazer o diagnóstico apenas observando o quadro sintomático do paciente.

Como é feito o diagnóstico?

O exame PCR (reação em cadeia da polimerase) possibilita a identificação do vírus no sangue e os testes sorológicos lgG e lgM mostram a presença de anticorpos específicos, também no sangue.

Como se prevenir?

A prevenção é parecida com os casos de dengue, chikungunya e outras doenças causadas por picada de mosquitos: uso de repelentes, blusa de manga longa e calça comprida em áreas de mata, além de telas e mosqueteiros.

Quais são os sinais de alerta?

Os principais indícios que devem deixar as pessoas atentas são a falta de hidratação, náusea, vômito e dor incontrolável. Pessoas imunossuprimidas, idosos, crianças e pessoas com comorbidades têm maior chance de complicações associadas à doença, segundo Vieira Jr.

Como é feito tratamento?

Ainda não existe um tratamento específico para a doença. O foco é aliviar os sintomas e manter o paciente hidratado.

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