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Saúde

Febre oropouche: Ministério da Saúde diz que mortes no Brasil são primeiras do mundo

Dois óbitos foram registrados no interior da Bahia; pasta investiga terceiro caso

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O Ministério da Saúde disse, nesta quinta-feira (25), que as duas mortes por febre oropouche registradas na Bahia em 2024 são as primeiras do mundo causadas pela doença.

Segundo a pasta, “até o momento, não havia relato na literatura científica mundial sobre a ocorrência de óbito pela doença”.

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Os dois casos aconteceram no interior da Bahia, com mulheres de 24 e 21 anos. O primeiro foi em Camamu, em março, e o segundo em Valença, em maio, mas só foi confirmado pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) na segunda-feira (22).

Uma terceira morte, de um homem de 59 anos, é investigada pelo Ministério da Saúde. Ele mora em Apucarana, no Paraná, mas a transmissão teria acontecido em Santa Catarina.

O que é a febre oropouche?

Segundo o infectologista Marcelo Neubauer, a doença é uma arbovirose transmitida pela picada de um borrachudo, o Culicoides Paraense, e apresenta um mecanismo de transmissão parecido com o da dengue. A grande diferença entre as duas, segundo o especialista, é que a oropouche conta com animais que podem ser seus hospedeiros. No caso da oropouche também, a contaminação acontece apenas em algumas áreas do país que são endêmicas, como a Amazônia, por exemplo.

A febre oropouche foi identificada pela primeira vez no Brasil em 1960. Depois disso, foram relatados casos isolados e surtos, principalmente na região amazônica. Também ocorreram registros da doença no Panamá, na Argentina, Bolívia, no Equador, Peru e na Venezuela. Com a ampliação da investigação da infecção no país, foram confirmados 7.044 casos, com transmissão local em 16 estados.

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Em 2024, o país já registrou 7.236 casos, o que representa uma alta de 766,6% em relação ao número apresentado em 2024.

Sintomas da febre oropuche

Os sintomas são parecidos com os da dengue:

Febre;

Mal-estar;

Dores no corpo e na cabeça;

Artralgia (dores nas articulações);

Diarreia;

Tontura;

Náusea.

O infectologista Werciley Vieira Jr, disse que as dores no corpo na febre oropouche costumam ser mais intensas do que na dengue. No entanto, ele reitera que não é possível fazer o diagnóstico apenas observando o quadro sintomático do paciente.

Como é feito o diagnóstico?

O exame PCR (reação em cadeia da polimerase) possibilita a identificação do vírus no sangue e os testes sorológicos lgG e lgM mostram a presença de anticorpos específicos, também no sangue.

Como se prevenir?

A prevenção é parecida com os casos de dengue, chikungunya e outras doenças causadas por picada de mosquitos: uso de repelentes, blusa de manga longa e calça comprida em áreas de mata, além de telas e mosqueteiros.

Quais são os sinais de alerta?

Os principais indícios que devem deixar as pessoas atentas são a falta de hidratação, náusea, vômito e dor incontrolável. Pessoas imunossuprimidas, idosos, crianças e pessoas com comorbidades têm maior chance de complicações associadas à doença, segundo Vieira Jr.

Como é feito tratamento?

Ainda não existe um tratamento específico para a doença. O foco é aliviar os sintomas e manter o paciente hidratado.

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