Trama golpista: STF ouve senador Rogério Marinho no último dia de depoimentos do "núcleo 1"
Ex-ministro de Bolsonaro fala ao Supremo nesta segunda (2); ainda não há datas para audiências de testemunhas dos núcleos 2, 3 e 4

Felipe Moraes
O Supremo Tribunal Federal (STF) encerra, nesta segunda-feira (2), audiências de testemunhas ligadas ao chamado "núcleo 1" da tentativa de golpe de Estado em 2022, formado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete nomes, entre ex-ministros e ex-comandantes das Forças Armadas. Quem presta depoimento hoje é o senador Rogério Marinho (PL-RN), ex-ministro do Desenvolvimento Regional no governo Bolsonaro.
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O parlamentar foi indicado como testemunha pelas defesas de Bolsonaro e Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal.
Com o depoimento desta segunda, o STF completa 13 audiências de depoentes vinculados a réus do "núcleo 1". Ao todo, sessões reuniram 51 testemunhas. Duas declarações foram recebidas por escrito.
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Também houve desistência de 28 pessoas inicialmente indicadas. Oitivas de testemunhas referentes aos núcleos 2, 3 e 4 ainda não foram marcadas.
"Núcleo 1" da tentativa de golpe
Dos 34 réus da trama golpista, oito integram o "núcleo 1". Fazem parte desse grupo:
- Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL);
- General Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa. Foi candidato a vice de Bolsonaro nas eleições de 2022;
- General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
- Deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
- Almirante de esquadra Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública e ex-secretário de Segurança Pública do DF;
- Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
- General Paulo Sérgio Nogueira, ex-comandante do Exército e ex-ministro da Defesa.
Para a Procuradoria-Geral da República (PGR), responsável pela acusação, esse grupo teve papel central na tentativa de ruptura institucional em 2022. No caso de Ramagem, investigação sobre fatos ocorridos após posse dele como deputado, em janeiro de 2023, está suspensa até o fim do mandato.
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Réus respondem por crimes de:
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- Tentativa de golpe de Estado;
- Participação em organização criminosa armada;
- Dano qualificado;
- Deterioração de patrimônio tombado.