Precisamos fazer 40 anos em 4, diz Tarcísio de Freitas sobre uma presidência de centro-direita
Em seminário, governador de São Paulo propõe gestão ágil, redução de gastos e cita Juscelino Kubitschek como inspiração para acelerar resultados
Simone Queiroz
Gabriel Sponton
SBT News
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou nesta segunda-feira (25) que o próximo presidente da República precisará agir com rapidez e eficiência para transformar o país. Inspirado no feito do ex-presidente Juscelino Kubitschek (1902-1976), que construiu Brasília em apenas três anos com o lema “50 anos em 5”, Tarcísio sugeriu que um novo governo deve buscar “40 anos em 4”, defendendo uma gestão focada em desenvolvimento e resultados.
“JK vem com um lema ousado: 50 anos em 5 e impulsiona a indústria, interioriza o Brasil, constrói Brasília. Eu sei que a gente vai precisar fazer 40 anos em 4”, declarou o atual governador paulista, sem mencionar que é um dos possíveis candidatos ao Planalto em 2026.
A fala ocorreu durante a abertura do seminário “Brasil Hoje”, em São Paulo, que reuniu lideranças de direita para debater o cenário político atual e as eleições presidenciais de 2026.
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Tarcísio ainda defendeu mudanças rápidas na administração pública, incluindo a redução do tamanho do Estado e o corte de gastos. “Estamos discutindo há 40 anos as mesmas coisas e estamos estacionados perdendo tempo. Ninguém aguenta mais o Brasil como ele está”, disse, sugerindo que o governo federal poderia dar o exemplo diminuindo o número de ministérios e citando a Argentina como referência de gestão enxuta.
Embora o evento tenha reunido lideranças para discutir o cenário atual, os debates se concentraram nas eleições de 2026.
No painel com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro, padrinho político de Tarcísio, não foi citado como eventual candidato à Presidência. Nunes, contudo, reforçou a influência do ex-presidente na direita brasileira: “Não dá para desconsiderar em hipótese alguma a liderança do presidente Jair Bolsonaro. Ele é a maior liderança da direita do Brasil, isso é inquestionável”.
Gilberto Kassab, presidente do PSD e secretário de Governo e Relações Institucionais de São Paulo, ressaltou que o partido mantém foco em candidaturas próprias, como a do governador Ratinho (PR) e do governador Eduardo Leite (RS). “Estamos nos preparando para a candidatura do Ratinho e agora surgiu também a do Eduardo Leite. Portanto, o nosso foco é a candidatura própria”, disse, acrescentando que o partido seguirá alinhado com Tarcísio caso ele decida concorrer à Presidência, mas respeitará sua prioridade de reeleição.
Decisão de Jair Bolsonaro
Para o presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, a decisão sobre o candidato presidencial caberá exclusivamente a Jair Bolsonaro. “Ele escolhe o candidato que achar melhor. Bolsonaro tem autonomia para isso e não conversou esse assunto comigo. Quando ele falar comigo sobre isso, eu vou responder: ‘Bolsonaro, é você que vai decidir”, afirmou.
Costa Neto acrescentou ainda que há conversas para que Tarcísio migre do Republicanos para o PL caso seja candidato à Presidência. “Hoje, Tarcísio é candidato à reeleição como governador, e eu estarei de braços abertos para o que o Bolsonaro escolher”, completou.
Outros governadores também comentaram sobre o cenário eleitoral: Romeu Zema (MG) alertou sobre os desafios do setor público para investidores, enquanto Ronaldo Caiado (GO) classificou a disputa como um “divisor de águas” para o país.