Paulinho da Força encerra reuniões sobre o “PL da Dosimetria” e prevê votação na próxima semana
Relator afirma buscar um texto que pacifique a Câmara e o país; Partido Novo defende que anistia ampla continue em discussão durante a tramitação

Jessica Cardoso
Márcia Lorenzatto
O deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), relator do “PL da Dosimetria”, afirmou nesta quarta-feira (8) que as reuniões com bancadas partidárias estão encerradas e que o relatório do projeto pode ser votado na próxima semana. A proposta é vista como uma alternativa à anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023.
Segundo o deputado, somente o PDT e o Psol não o receberam para discutir o assunto. Ele também afirmou que o objetivo é apresentar um texto capaz de reduzir tensões políticas.
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Paulinho disse trabalhar em um relatório “para que possa pacificar não só a Casa [Câmara], mas também o Brasil inteiro”, e destacou que o texto não trata de anistia, ponto que, segundo ele, foi deixado claro ao deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS). O relator deu as declarações a jornalistas após se reunir com Van Hattem e outros deputados do Novo.
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O parlamentar disse ainda que o texto passa por ajustes em articulação com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Paulinho explicou que Alcolumbre tem conversado com outros senadores e que o alinhamento entre as duas Casas é essencial para o avanço do projeto.
“Espero que eles possam resolver isso até amanhã porque um dos problemas que tem é entre Câmara e Senado. Pacificando com Davi, nós resolvemos 90% dos problemas. Tem expectativa [de votar na próxima semana]. Quem põe na pauta é Hugo Motta, mas ele me disse que há disposição para votar na próxima terça-feira [14]”, declarou.
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Pacificação política
Já Marcel Van Hattem, líder do Novo na Câmara, avaliou que houve avanço nas discussões e defendeu a necessidade de “buscar uma pacificação política”, mas ressaltou que o partido mantém o compromisso com a anistia. Segundo ele, a libertação dos presos pelos atos de 8 de janeiro, proposta por Paulinho, já seria “um avanço”.
O deputado também afirmou que o Novo pretende atuar na tramitação do projeto para tentar ampliar o alcance do texto com a apresentação de emendas e destaques.
“Nós somos a favor de avanços, mas somos ainda mais a favor de uma anistia ampla, geral e irrestrita e nós vamos trabalhar para isso”, afirmou.