Casal perde R$ 1,7 milhão após quadrilha se passar por agentes da Polícia Federal
Criminosos diziam que casal poderia ser preso e faziam videoconferências em sala com logotipo da PF

Magdalena Bonfiglioli
Um casal perdeu R$ 1,7 milhão após cair em um golpe sofisticado aplicado por criminosos que se passaram por agentes da Polícia Federal.
A quadrilha convenceu o empresário, chamado de Milton para preservar a identidade, de que ele estava sendo investigado por abrir contas fraudulentas e seria preso caso não colaborasse com a falsa “operação”.
Segundo o relato, um homem que se identificava como “policial Peixoto” dizia para Milton que, para evitar uma prisão preventiva, ele teria de seguir uma série de ordens impostas pelos golpistas.
Milton era obrigado a reportar por WhatsApp tudo o que fazia, a cada três horas, sob alegação de que sua rotina estava sendo monitorada pela corporação.
O grupo utilizava videochamadas realizadas em uma sala com logotipo da Polícia Federal, além de ter acesso a dados pessoais, antigos endereços e informações sensíveis do empresário, elementos que reforçavam a sensação de veracidade.
Os golpistas exigiram que Milton assinasse um documento sigiloso, que supostamente impediria sua prisão preventiva. A pressão psicológica aumentava porque o casal tem uma filha pequena e desconhecia como a PF realmente atua nesses casos.
Como funcionava a parte financeira do golpe?
O falso agente inicialmente solicitou depósitos simbólicos de R$ 100, que serviriam para “comprovar a origem lícita” do dinheiro do empresário. Depois, outro criminoso entrou em cena, se passando por integrante do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), reforçando a narrativa de investigação.
Em poucos dias, o casal transferiu toda sua economia, previdência privada, LCI, saldo em conta corrente e ainda contraiu R$ 300 mil em empréstimos.
Entre julho e outubro, o prejuízo acumulado chegou a R$ 1,7 milhão.
Como o casal descobriu o golpe?
Segundo Luana (nome fictício), a vítima, a fraude só foi percebida após a última transferência, quando os criminosos desapareceram e deixaram de responder mensagens.
O que diz a polícia?
O caso agora é investigado pelas autoridades, que tentam identificar os membros da quadrilha e rastrear o caminho do dinheiro. A polícia reforça que a PF nunca solicita transferências, não envia documentos sigilosos por mensagens e não monitora a rotina de investigados por aplicativos.









