Moraes manda intimar ex-comandante militar do Planalto para depoimento em ação do golpe
Listado como testemunha de defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, general Dutra não compareceu à audiência agendada

Paola Cuenca
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou, nesta quinta (29), que o general Gustavo Henrique Dutra, ex-comandante militar do Planalto, seja intimado a prestar depoimento na ação penal movida contra o chamado "núcleo 1" da trama golpista. Listado como testemunha de defesa do réu Anderson Torres, ex-ministro da Justiça do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o militar não compareceu à audiência dessa quarta.
Os advogados de Torres relataram a Moraes, nesta quinta, que não conseguiram convencer Dutra a comparecer e solicitaram que o ministro fizesse a intimação. O relator questionou a importância da testemunha para o processo.
De acordo com o advogado Raphael Menezes, Dutra poderá falar sobre o acampamento montado em frente ao Quartel-General do Exército (QGEx) no fim de 2022 e a relação com o comando militar. Moraes determinou que a oitiva seja feita na próxima segunda (2).
+ Moraes ironiza em depoimento de testemunha: "Secretário de Segurança é rainha da Inglaterra?"
O general atuava como Comandante Militar do Planalto no dia dos ataques de 8 de janeiro de 2023. Pela função, era responsável pelas estruturas do Exército em Goiás, partes de Minas Gerais e Tocantins, além do Distrito Federal.
Dispensa de testemunhas
Aguardado para ser ouvido nesta quinta, o ex-ministro da Economia Paulo Guedes foi dispensado pela defesa de Torres como testemunha. Célio Faria Junior, ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República sob Bolsonaro, e o procurador federal Adler Anaximandro Cruz e Alves também foram dispensados.
+ Ex-ministros de Bolsonaro negam golpismo em reunião que Bolsonaro pressionou por ataque às urnas
De acordo com o STF, desde o dia 19 de maio, quando as oitivas começaram, já foram ouvidas 43 testemunhas. Foram registradas 16 desistências e duas pessoas prestaram depoimento por escrito. Até a próxima segunda, a previsão é de que mais 21 testemunhas falem à Corte.