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Lula volta a cobrar ministros por comunicação e alfineta imprensa "gloriosa e democrática"

Presidente também afirmou que o governo e a sociedade não podem "assistir apáticos ao extermínio da juventude negra no país"

Lula volta a cobrar ministros por comunicação e alfineta imprensa "gloriosa e democrática"
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reforçou o discurso adotado na reunião ministerial de segunda-feira (19), sobre o próprio governo comunicar melhor programas e ações. Ele cobrou de ministros a divulgação do Plano Juventude Negra Viva (PJNV), lançado nessa quinta (21) em Ceilândia (DF), em "todos os discursos" para que a população entenda a iniciativa.

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Nos últimos dias, o chefe do Executivo tem criticado a comunicação do governo, por entender que informações sobre resultado de ações não têm chegado às pessoas.

"Vocês [ministros] precisam colocar o Plano Juventude Negra Viva no cotidiano do discurso de vocês. Se vocês falarem só dos seus ministérios, as pessoas não vão saber. Não adianta um programa com 18 ministérios envolvidos se não falar. Cada ministro tem que falar do plano em cada discurso", cobrou Lula durante lançamento do projeto no Ginásio Regional de Ceilândia, na periferia do Distrito Federal.

O presidente ainda disse aos jovens presentes que eles também são responsáveis por divulgar as ações do governo, como o PJNV, em seus círculos sociais e explicar o programa para que mais pessoas saibam sobre ele. Em seguida, alfinetou a imprensa por entender que os meios de comunicação não passam as boas notícias do governo para a população.

"Eu queria lembrar a vocês que ao fazer um decreto, uma lei ou uma portaria, nada disso será suficiente se vocês não entenderem para que serve a política que estamos anunciando. Vocês serão nossa televisão, internet, jornal e nosso rádio ao divulgar as coisas a serem anunciadas aqui pelo governo", disse.

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"Quando vocês forem encontrar com o namorado ou a namorada, falem: 'Hoje, eu fui ao plano Juventude Negra Viva'. E expliquem ao parceiro o que é o programa, porque se depender da nossa gloriosa imprensa democrática, vocês não saberão do programa. Vai depender muito de vocês", acrescentou o presidente.

Lula também criticou a violência contra jovens negros nas periferias e afirmou que o país precisa ter mais justiça social.

"Todos os dias, pessoas negras, crianças, jovens, adultos e idosos são vítimas de múltiplas violações de direitos num contexto de vulnerabilidades que nós, poder público e sociedade, não podemos aceitar. Não podemos achar normal. Não podemos assistir apáticos ao extermínio da juventude negra do país", disse o presidente.

Lula ainda mencionou os constantes casos de racismo sofridos pelo craque brasileiro Vinicius Jr., do Real Madrid, na Espanha. O jogador recentemente foi chamado de "chimpanzé" pela torcida do Atlético de Madrid, antes de um jogo do clube contra a Inter de Milão, pela Liga dos Campeões. Vini pediu posicionamento da União das Associações Europeias de Futebol (UEFA). Como resposta, no entanto, a entidade disse que nada poderia ser feito.

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"Todos sábados e domingos, assistimos um dos melhores jogadores do mundo, no maior time do mundo, o jovem Vinícius Júnior, ser difamado, achincalhado dentro dos estádios da Espanha, que é um país considerado rico, civilizado. Mas que a questão do racismo ainda parece que não saiu da cabeça de uma sociedade branca, que tem a ideia fixa de que a supremacia de tudo é branca e que o negro é cidadão de segunda classe", disse.

Plano Juventude Negra Viva

O PJNV foi articulado entre Ministério da Igualdade Racial (MIR) e Secretaria-Geral da Presidência e construído com a participação de 18 ministérios. O governo anunciou investimento de R$ 665 milhões em 2024, que até 2026 deverá chegar a R$ 1,5 bilhão.

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A iniciativa terá medidas implementadas nas áreas de segurança, educação, saúde, assistência social, esporte e meio ambiente, entre outras. A ideia é fazer ações que possam reduzir a violência letal e outras vulnerabilidades sociais que afetam os jovens pretos e pardos no país.

O programa foi desenvolvido após o governo escutar mais de 6 mil jovens periféricos das 27 unidades da federação durante todo o ano de 2023.

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