Lula diz não ser possível plano dos EUA para Gaza: "Ninguém vai fazer um lugar bonito em cima de cadáveres"
Presidente classificou falas de Donald Trump propondo realocação de palestinos como "anomalias"
Vinícius Nunes
Diante do plano dos Estados Unidos em ocupar a Faixa de Gaza, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse ser impossível tirar o povo palestino da região sem ampliar um genocídio. A declaração foi feita em entrevista a rádios da Bahia nesta quinta-feira (6).
Para Lula, as falas do presidente norte-americano, Donald Trump, de "transformar a Faixa de Gaza em uma Riviera do Oriente Médio" são um desrespeito às pessoas que vivem na região. "Tentar normalizar essas coisas e falar que ‘vamos tirar o povo palestino e fazer aqui um lugar bonito’. Não. Ninguém vai fazer um lugar bonito em cima de milhares de cadáveres de mulheres e crianças", disse o presidente.
Ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, Trump disse na terça (4) que deseja a realocação permanente de todos os moradores da Faixa de Gaza para outros países, como Egito e Jordânia. Para ele, os palestinos deslocados devem ser reassentados fora do território devastado pela guerra.
A fala foi criticada pela comunidade internacional. Com exceção de Israel, todos os outros países rechaçaram a ideia e defenderam a permanência dos palestinos no enclave.
Apesar de a Casa Branca ter ponderado declarações de Trump, o presidente dos EUA voltou a defender ideia nesta quinta, afirmando que palestinos seriam "reassentados em comunidades muito mais seguras e bonitas" sem necessidade de envio de tropas.
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Lula também considerou que as ideias de Trump em anexar o Canadá, tomar o controle do Canal do Panamá e ocupar a Groenlândia são "anomalias".
"Os Estados Unidos de repente elegem um presidente da República que faz questão de todos os dias dizer uma anomalia [...]. Outro dia ele vai tratar o povo palestino como se não fosse ninguém, quando na verdade precisa fazer o Estado palestino e dar defesa ao povo palestino, que não pode ser tratado como se fosse lixo", afirmou.
