Lindbergh aciona PGR contra motim de deputados e chama ato no Congresso de "8 de janeiro dos engravatados"
Líder do PT na Câmara classificou obstrução de parlamentares pró-Bolsonaro como tentativa de golpe e ataque coordenado às instituições

Gabriela Tunes
O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), protocolou nesta segunda-feira (11) uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra parlamentares que ocuparam a Mesa Diretora da Casa na semana passada. Para ele, o que houve foi "a continuidade do 8 de janeiro", mas dessa vez "dos engravatados".
Em coletiva de imprensa, Lindbergh falou em tentativa de golpe e ataque coordenado às instituições. Ele voltou a criticar o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos, como peça dessa engrenagem. "Se aliando a país estrangeiro para atacar o Supremo, é a continuidade do golpe", afirmou.
No documento enviado à PGR, ele acusou os envolvidos na obstrução de atividades na Câmara de possível crime de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e disse que a paralisação dos trabalhos legislativos foi parte da ofensiva.
Nesta segunda, a Corregedoria da Câmara recebeu queixas contra os 14 deputados que participaram do bloqueio aos trabalhos da Casa. A partir disso, será aberto um prazo de 48 horas para que o corregedor, deputado Diego Coronel (PSD-BA), se manifeste sobre pedidos de suspensão e cassação.
O nome da deputada petista Camila Jara (PT-MS) não está nessa lista, mas havia sido enviado anteriormente em representação direta do PL à Corregedoria. Ela teria empurrado o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) durante confusão na Mesa.
Para Lindbergh, a inclusão do nome da colega não vai prosperar. "A deputada subiu na Mesa justamente naquele momento que a gente queria que a turma saísse dali", relembrou.