Líder do PL pede perdão a Motta após obstrução na Câmara: "Nós não estávamos emocionalmente estruturados"
Sóstenes Cavalcante disse que colegas estavam no "calor da emoção"; bolsonaristas impediram o trabalho da Casa por dois dias

Gabriela Vieira
O líder do Partido Liberal (PL) na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante, pediu perdão ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, nesta quarta-feira (7) durante sessão de volta aos trabalhos da Casa.
"Não fui correto e te peço perdão da tribuna da Câmara. Não fui correto no privado, mas faço questão de vir em público te pedir perdão", disse Sóstenes. O deputado também disse que muitos colegas estavam no "calor da emoção" e que não estavam "estruturados" para aquilo.
A obstrução no Congresso Federal por parte dos parlamentares de oposição durou 2 dias. Os políticos pediam a votação de temas como: anistia dos condenados pelo 8 de janeiro, fim do foro privilegiado e impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O líder do PL disse ainda que Hugo Motta não foi chantageado pelo grupo de opositores do Congresso. "Ele não assumiu o compromisso de pauta nenhuma conosco", disse. "O compromisso é com os líderes partidários e nós, que representamos a maioria desta Casa, vamos sim pautar o fim do foro privilegiado e a anistia".
Em resposta, Hugo Motta disse que quer a retomada da institucionalidade, do bom andamento dos trabalhos. "Daquilo que é importante para um valor, sim, que é inegociável para todos nós. Que a nossa democracia possa prevalecer aqui, diante das votações", disse.
Na última quarta-feira (6) a manifestação continuava e o deputado Magno Malta (PL-ES) se acorrentou na Mesa Diretora do plenário do Senado. No entanto, após a sessão desta quinta-feira (7), o parlamentar pediu desculpas ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e disse que "exagerou no protesto".
A obstrução no Senado foi encerrada depois de duas reuniões com o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Ainda, o grupo protocolou formalmente o pedido de impeachment de Moraes, com 41 assinaturas.
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Eduardo Bolsonaro e chantagem
O deputado Lindbergh Farias, líder do PT questionou a postura da oposição. "Um sequestro da mesa da Câmara. Como não é chantagem?"
"Sabe quem fechou o parlamento? A ditadura militar que muitos de vocês defendem. O pacote de abril chega em 1977. Foi importante termos retomado todo esse processo. Já que vocês falam de chantagem em todos os níveis. O que é que Eduardo Bolsonaro faz cotidianamente contra o Brasil?", acrescenta.