Julgamento de Bolsonaro: filhos de ex-presidente falam em “farsa” e “vingança”
Segundo o Flávio Bolsonaro, Moraes teria conduzido o processo “com ódio” e sem apresentar provas concretas. Eduardo chama magistrado de "criminoso"

SBT News
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, reforçaram nesta terça-feira (9) as críticas ao julgamento do pai no Supremo Tribunal Federal (STF). Em novo pronunciamento, Flávio afirmou que a análise da Corte é uma “farsa” e comparou o voto do ministro Alexandre de Moraes a um ato de “vingança pessoal”. Já Eduardo chamou o magistrado de “criminoso”.
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Para Flávio, o magistrado teria conduzido o processo com “ódio” e sem apresentar provas concretas.
“Uma tristeza no coração ver como uma pessoa trouxe um voto político com tanta raiva. Parecia o líder do governo do PT do Rio de Janeiro, preferindo palavras sem embasamento crítico, sem vinculação com absolutamente nenhuma prova. Como quem está ali praticando uma vingança, porque, na cabeça dele, parece que Jair Bolsonaro queria matá-lo”, disse o senador, em referência a uma das acusações contra o ex-presidente.
O parlamentar também ironizou uma das linhas de investigação, o chamado “plano verde e amarelo”, citado em delações como um suposto esquema golpista. “A ficção desse plano era da mesma proporção da ficção do voto de Alexandre de Moraes”, declarou.
Denúncias de manipulação processual
Flávio Bolsonaro mencionou ainda denúncias feitas pelo ex-assessor de Moraes, Marcelo Tagliaferri, na Comissão de Segurança Pública da Câmara, na semana passada. Segundo ele, houve manipulação em decisões relacionadas a mandados de busca e apreensão contra empresários em 2022.
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De acordo com o senador, uma perícia apresentada por pessoas independentes teria apontado indícios de que uma decisão de Moraes foi redigida seis dias após a data oficial registrada no processo.
“Confirma que a sentença dada por Alexandre de Moraes foi redigida após seis dias, com data retroativa. Isso é manipulação processual”, afirmou.
Moraes respondeu à acusação por meio de nota divulgada na última quinta-feira (4). Ele explica que, nos inquéritos das fake news e das milícias digitais, fez diversas determinações e solicitações, inclusive ao TSE, que tem competência para elaborar relatórios sobre atividades ilícitas como desinformação, discursos de ódio eleitoral, tentativa de golpe e atentado à democracia. O ministro afirmou ainda que todos os procedimentos foram regulares e devidamente registrado nos autos.
Ainda nesta terça (9), aliados de Jair Bolsonaro também divulgaram ataques ao próprio STF, afirmando que documentos disponibilizados no site da Corte estariam adulterados. Moraes e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues (apontado erroneamente em algumas falas como Fábio Shor), foram citados como responsáveis.
As acusações, contudo, não foram reconhecidas oficialmente e seguem sem comprovação judicial.
Documento falsificado e anistia
Diante das críticas, o deputado federal Eduardo Bolsonaro acusou Moraes e Fábio Shor e voltou a defender a anistia como caminho para a “pacificação nacional”.
“Moraes e o chefe da Polícia Federal, Fábio Shor, são criminosos. Em qualquer democracia decente, essa farsa do golpe da Disney já teria sido completamente descartada. A anistia é o caminho mais rápido para a pacificação do país e, ao mesmo tempo, uma tremenda concessão aos violadores dos direitos humanos”, disse o parlamentar pelas redes sociais.