Lula inaugura Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia em Manaus
Unidade reúne forças de segurança de nove países e da Interpol para enfrentar crimes ambientais e o tráfico na região

Gabriel Abreu
O presidente Lula inaugurou nesta terça-feira (9), em Manaus, o Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia. A unidade funcionará como núcleo de inteligência e enfrentamento a crimes ambientais, tráfico de drogas, armas e pessoas.
O centro reúne representantes das forças de segurança dos nove países que compõem a Amazônia Legal, além da Interpol.
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A cerimônia de inauguração contou com a presença do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, da vice-presidente do Equador, Maria José Pinto, da ministra do Meio Ambiente do Brasil, Marina Silva, e do chanceler brasileiro, Mauro Vieira. Também participaram o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e outras autoridades. O investimento total é de mais de R$ 36 milhões, provenientes do Fundo Amazônia.
“Esse centro vai permitir que a integração aconteça em três eixos principais: o compartilhamento de expertises, o compartilhamento de informações de inteligência, de forma mais célere e menos burocrática, e a realização de ações integradas de campo com base nos dados da Polícia Federal”, explicou o diretor da Amazônia e Meio Ambiente da Polícia Federal, Humberto Freire.
A nova unidade terá atuação estratégica no combate a crimes ambientais, como desmatamento, garimpo ilegal e tráfico de drogas. A coordenação será responsabilidade da Polícia Federal.
Para o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, a cooperação internacional é fundamental. “É por isso que o combate hoje não pode mais ser apenas local ou nacional, mas precisa contar com a colaboração dos distintos países contra esse flagelo, essa verdadeira praga internacional que é o crime organizado, que se espalha globalmente”, afirmou.
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De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, o Brasil registrou aumento de 4% nos alertas de desmatamento em um ano. Apesar disso, Lula voltou a defender a meta de zerar o desmatamento até 2030 e ressaltou a soberania brasileira.
“É a primeira vez na história da Amazônia que tantos atores se reúnem em um espaço público em torno de um objetivo comum. Não precisamos de intervenção estrangeira nem de ameaças à nossa soberania. Somos perfeitamente capazes de ser protagonistas das nossas próprias soluções. As palavras-chave são: ação integrada e cooperação”, declarou o presidente.