Governo envia comitiva a três países da Europa para fortalecer relações comerciais após "tarifaço" de Trump
Representantes da ApexBrasil, do Itamaraty e empresários de diversos setores produtivos terão agendas em Portugal, na Polônia e Bélgica

Felipe Moraes
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai enviar, ainda neste mês de abril, comitiva a três países da Europa para fortalecer relações comerciais e avançar na validação do acordo Mercosul-União Europeia (UE), anunciado em dezembro de 2024. A missão é organizada em meio ao "tarifaço" imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos estrangeiros.
+ Tarifaço: presidente da ApexBrasil diz que EUA podem ter dificuldade para implantar medidas
Liderada pelo presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), o ex-senador Jorge Viana (PT), a delegação reúne representantes do órgão, do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e empresários de setores como agricultura familiar, café, frutas e proteína animal.
A agenda, segundo a ApexBrasil, prevê "três importantes encontros com representantes dos Setores de Promoção Comercial e Investimentos (Secoms), dos Setores de Ciência, Tecnologia e Inovação (Sectecs) e Adidos Agrícolas". Veja programação:
- 23 e 24 de abril - Lisboa, em Portugal;
- 25 e 26 de abril - Varsóvia, na Polônia;
- 28 e 29 de abril - Bruxelas, Bélgica.
Expectativa de avanços no acordo Mercosul-UE
Ainda conforme a ApexBrasil, o principal objetivo da missão será "aprofundar e ampliar as relações econômicas do Brasil com os países europeus". Para tal, avanços para validação do acordo Mercosul-UE, anunciado ano passado após 25 anos de negociação, "estarão no centro das discussões".
+ Lula sanciona Lei da Reciprocidade para responder ao tarifaço de Trump
"Com a conclusão do acordo estamos falando da criação do maior bloco econômico do mundo, com mais de 700 milhões de pessoas. O acordo nos proporciona a possibilidade de novos negócios que estimulam a economia verde e a transição energética", diz Viana, em comunicado da agência. O Produto Interno Bruto (PIB) dos blocos chega a US$ 22 trilhões (cerca de R$ 129 trilhões).
O acordo enumera medidas como "redução de tarifas, facilitação de investimentos e integração econômica". Para entrar em vigor, precisa ser aprovado pelo Conselho da União Europeia e pelo Parlamento Europeu.
+ Economia chinesa cresce 5,4% no primeiro trimestre
"A expectativa é que essa missão possa ajudar na aceleração do processo de aprovação, reforçando o compromisso do Brasil com a abertura comercial, a sustentabilidade e o fortalecimento de laços estratégicos", diz a ApexBrasil.