Futuro de Bolsonaro está nas mãos do STF; veja análise
Ex-presidente e mais 11 foram indiciados pela PF por suposta venda ilegal de joias sauditas negociadas nos Estados Unidos
O indiciamento de Jair Bolsonaro (PL) e aliados no caso da suposta venda ilegal de joias recebidas da Arábia Saudita e, posteriormente, negociadas nos Estados Unidos foi assunto no programa Brasil Agora desta sexta-feira (5). O editor-executivo do SBT News em Brasília, Afonso Benites, fez análise do caso e explicou que, no momento, o inquérito não deve impactar a base de apoio do político. De qualquer maneira, o futuro do ex-presidente, agora, está nas mãos do Supremo Tribunal Federal (STF).
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"Independentemente do que PF ou PGR apresentarem, ele ainda terá número grande de seguidores, que acreditarão na versão que o ex-presidente ou seu núcleo duro apresentarem", apontou o jornalista em conversa com o apresentador Murilo Fagundes.
Para Benites, Bolsonaro "não será preso tão cedo, caso seja comprovado que ele cometeu esses crimes pelos quais foi indiciado". "A gente leva em consideração aqui que ele só seria preso se houvesse condenação em última instância", informou.
Vale lembrar que esse já é o segundo indiciamento de Bolsonaro e aliados. Em março, a PF indiciou o ex-presidente e outras pessoas por suposta fraude em cartões de vacina contra covid-19, mas a Procuradoria-Geral da República (PGR) devolveu o inquérito pedindo mais diligências na investigação.
Mesmo assim, o impacto político desses inquéritos na imagem de Bolsonaro junto a apoiadores e aliados é "basicamento zero", na opinião de Fagundes.
"Bolsonaristas vão falar em perseguição política. Mas esses inquéritos podem ter peso no futuro. PGR decide se entrega esses nomes ao STF ou se arquiva. E STF decide, então, se torna esses nomes indicados pela PF réus no futuro. Temos vários capítulos pela frente", detalhou.
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Para Benites, o novo indiciamento "não afetaria nem meio voto caso Bolsonaro pudesse disputar eleição". "Está inelegível [nos pleitos de 2024, 2026 e 2028, podendo voltar em 2030], mas tem força política para fazer indicações e colocar nomes nas disputas que virão", comentou.
Golpe de Estado
Benites, porém, ponderou que o inquérito, ainda em andamento, que investiga suposta tentativa de golpe de Estado após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022 pode provocar consequências mais sérias para Bolsonaro e entorno.
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"Caso [golpe] se concretizasse, interferiria na vida de muita gente. É dos mais graves casos, sem diminuir os outros. Se essas provas concluírem que ele realmente praticou, tentou golpe de Estado, vai ser difícil se livrar de qualquer tipo de punição", analisou.