Filhos de Bolsonaro acreditam em novas sanções dos EUA e chamam julgamento no STF de "teatro armado"
Eduardo e Flávio Bolsonaro protestaram após condenação do pai no Supremo por tentativa de golpe de Estado

Paulo Sabbadin
Antonio Souza
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, criticaram a condenação do pai pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira (11), por tentativa de golpe de Estado.
Em entrevista para a agência de notícias Reuters, Eduardo afirmou que uma ditadura está se instalando e que acredita em novas sanções dos Estados Unidos contra o Brasil.
"Muito provavelmente depois do julgamento de Bolsonaro a gente vai ter uma resposta firme com ações do governo norte-americano contra essa ditadura que está se instalando no Brasil. Vocês podem ter certeza que o presidente Trump não ficará satisfeito ou conformado em ver um regime no Brasil se consolidando, tal qual aconteceu com a Venezuela", disse Eduardo.
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O deputado defendeu ainda que os ministros que acompanharam Moraes e votaram pela condenação de Jair Bolsonaro sejam sancionados com a Lei Magnitsky,
"Acreditamos que esses remédios diplomáticos, como as sanções, possam surtir efeito antes da consolidação desse regime e que a gente tenha tempo suficiente para ter uma eleição no ano que vem com ampla participação da oposição", afirmou.
"Teatro armado"
Já o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) classificou a sessão no STF como “um teatro armado” e acusou ministros, como Alexandre de Moraes, de desrespeitarem o colega Luiz Fux durante a votação.
Segundo o parlamentar, o comportamento de Moraes e de outros ministros, com piadas e indiretas direcionadas a Fux, mostrou que a intenção seria “vencer uma discussão” e não cumprir o papel de juízes imparciais.
"Primeiro lugar, um teatro que foi armado ali que demonstra que Alexandre de Moraes e alguns dos seus colegas sequer respeitam um outro ministro do Supremo Tribunal Federal fazendo piadinhas, mandando indiretas para o ministro Luiz Fux, como se quisessem vencer uma discussão e não apenas cumprir os seus papéis como juízes", protestou Flávio a jornalistas.
O senador também destacou que já esperava pela condenação, fez críticas ao ministro Cristiano Zanin e afirmou que pelo menos três magistrados seriam “inimigos” de Bolsonaro.
“Era um resultado que todo mundo já esperava, não pelo que está no processo, mas por quem iria julgá-lo. Pelo menos três pessoas ali são inimigas de Bolsonaro. O presidente da Turma era advogado do Lula até ontem e tudo o que ele sempre defendeu enquanto advogado, fez o contrário hoje para condenar Bolsonaro, já que podia escolher qualquer nulidade”, disse.
Flávio finalizou dizendo que o ex-presidente segue firme e de cabeça erguida diante do que chamou de perseguição política, além de classificar os ministros como “covardes”:
“O presidente Bolsonaro está aqui firme, forte, de cabeça erguida para encarar de frente essa perseguição, porque a história vai mostrar que nós é que estamos do lado certo", completou o senador.