Ex-prefeito de Taboão da Serra pagou fuzil usado em seu próprio atentado
José Aprígio teria desembolsado R$ 85 mil para comprar armamentos usados na falsa emboscada; dinheiro foi entregue por ex-secretário, diz polícia
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Nathalia Fruet
Majô Gondim
José Aprígio foi atingido por um disparo de fuzil durante uma suposta emboscada, ocorrida uma semana antes do segundo turno das eleições municipais do ano passado. No entanto, as autoridades concluíram que tudo não passou de uma farsa.
A investigação revelou que o ex-prefeito de Taboão da Serra, José Aprígio, desembolsou R$ 85 mil para a compra do fuzil utilizado no ataque falso. O armamento utilizado – um fuzil AK-47, dois carregadores e 50 munições – foi adquirido por um dos envolvidos no ataque simulado, que acabou preso. O valor foi pago em espécie pelo próprio ex-prefeito, segundo a polícia. O dinheiro foi entregue pessoalmente por Ricardo Rezende Garcia, ex-secretário de Obras.
Além disso, Valdemar Aprígio, irmão do ex-prefeito e ex-secretário de Manutenção, foi preso por porte ilegal de uma arma irregular encontrada em sua residência. José Vanderlei Santos, ex-secretário dos Transportes, também está sob investigação.
A defesa de José Aprígio alega que ele é vítima e afirma confiar no trabalho da polícia. Sobre a compra do fuzil, os advogados disseram que ainda não tiveram acesso aos autos do processo. A reportagem não conseguiu contato com os defensores dos três ex-secretários investigados.