"Mainha do crime": líder de quadrilha que matou delegado e ciclista é envolvida em mais dois latrocínios
Suedna Barbosa Carneiro teria fornecido armas e equipamentos em outras duas mortes: de pai que deixou filho na escola e de secretário de segurança do Paraná

Derick Toda
Conhecida como "Mainha do Crime", a líder de quadrilha Suedna Barbosa Carneiro, de 41 anos, é suspeita de ter bancado armas e equipamentos para os criminosos que mataram o ciclista Vitor Medrado e o delegado Josenildo Belarmino de Moura Júnior.
O SBT News apurou que Mainha, presa nesta terça-feira (18), em Paraisópolis, zona sul de São Paulo, teria envolvimento indireto em ao menos outros dois casos de latrocínio – roubo seguido de morte – que chocaram o país.
O primeiro caso ocorreu em 17 de fevereiro de 2022, quando um pai havia acabado de deixar o filho na escola, na Vila Andrade, zona sul da capital paulista. A vítima tentou ajudar mães de crianças que estavam sendo roubadas por quatro homens, em duas motos, e acabo baleada e morta.

No Morumbi, na mesma região, em 6 de março de 2022, criminosos abordaram o secretário de segurança do município de São José dos Pinhais, cidade do Paraná.
Ricardo Tadeu Kusch, que também trabalhava como guarda municipal, estava em São Paulo para renovar o visto do passaporte, quando criminosos tentaram roubar sua motocicleta BMW. Kusch tentou reagir e sofreu quatro disparos.

Em um processo judicial de 900 páginas, o Ministério Público de São Paulo revela que Mainha abrigava um bunker na favela Paraisópolis, onde guardava e fornecia o arsenal de armas e equipamentos para criminosos.
"Os investigadores descobriram que Suedna ("Mainha) fornecia armas de fogo para assaltantes e outros criminosos, dentre os denunciados (pelos latrocínios), além de outros roubadores", diz o Ministério Público.
Após o uso dos equipamentos em crimes, Mainha exigia que os produtos roubados fossem levados para ela. Por vezes, ela comprava os itens de assalto e pagava os outros criminosos em dinheiro.

"Tais armas, munições e acessórios eram usados em um esquema 'empresarial', 'comercial', clandestino, no qual SUEDNA (MAINHA) as entregava aos delinquentes, em uma espécie de 'locação', recebendo, em troca, a exclusividade na aquisição dos produtos dos crimes, os quais ela destinava ao comércio irregular", detalha o Ministério Público.
Mainha foi presa pela primeira vez em 18 de março de 2022, em Paraisópolis. Ela foi condenada em dez anos e seis meses de prisão por receptação, em junho do mesmo ano. Na época, a Justiça julgou que "atuação dela naquele ambiente criminoso era em caráter genérico, e não exclusivo com alguns roubadores, mesmo que eventualmente emprestando armas para que roubos fossem praticados".
O SBT News tenta localizar a defesa de Suedna. O espaço segue aberto para manifestação.